Frigorífico que demitiu por WhatsApp relata ‘motim’ de funcionários e trabalhadores rebatem
Funcionários do frigorífico denunciaram que trabalhavam mais que a carga horária e sequer tinham horário de descanso
Fábio Oruê –
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Frigorífico Boibras em São Gabriel do Oeste, que demitiu um grupo de funcionários pelo WhatsApp, divulgou uma nota de esclarecimento na tarde desta quarta-feira (21), em que relata um ‘motim’ dos trabalhadores como motivo para a demissão por justa causa.
O texto enviado ao Jornal Midiamax diz que os funcionários estariam descontentes com o pedido de demissão de um líder do setor de abate. Esse trabalhador teria pedido as contas por não concordar com a contratação de um superior para seu cargo.
Após a saída do líder, os empregados fizeram uma paralisação no dia 12 e 16 de fevereiro. Além disso, na última segunda-feira (19), o grupo teria parado no portão da empresa e tentado convencer funcionários de outros setores a aderirem à paralisação.
Essas mobilizações teriam motivado a demissão por Ato de Indisciplina. A empresa também acusa os trabalhadores de espalharem mentiras. Entretanto, o grupo de cerca de 20 trabalhadores rebate as acusações.
Eles alegam que agiram por conta das más condições de trabalho e longas jornadas. Na manhã desta quarta, o sindicato se reuniu com a Boibras para tentar reverter as demissões por justa causa, mas a reunião terminou sem acordo. Os trabalhadores entrarão com ações trabalhistas individuais no MPT (Ministério Público do Trabalho).
Pagamentos dos direitos
O frigorífico também alega que paga todos os direitos trabalhistas dos funcionários e não tem as pausas para descanso e alimentação. “É importante destacar que todos os nossos colaboradores desfrutam dos intervalos e pausas previstos na legislação, incluindo intervalo para refeição e descanso, e que nenhum deles possui verba salarial em aberto”, traz a nota.
A Boibras é uma das empresas que enfrenta a crise dos frigoríficos e entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça. “Mesmo estando em processo de Recuperação Judicial, a empresa passou a assegurar o pagamento pontual dos salários, inclusive os recolhimentos de FGTS conforme o planejamento interno, e ajustando as férias para os períodos de março e abril”, diz o texto.
Demitidos por WhatsApp
De acordo com um dos trabalhadores, eles eram obrigados a trabalhar horas a mais, sem horário de almoço e descanso. “Trabalhava sob ameaça de ser mandado embora. Fomos mandado embora e não pegamos nada; nem os dia trabalhados”, denuncia ao Jornal Midiamax.
“Mesmo o sindicato falando que não podem dar justa causa, eles mandaram [a gente embora]”, acrescenta. Além disso, o funcionário alega que o frigorífico Boibras não pagou os 20 dias que o grupo trabalhou e nem a rescisão de contrato. Outros direitos trabalhistas, como insalubridade, FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), 13º salário e férias, também não foram pagos.
“Temos muitas mães de família que precisam pelo menos dos dias trabalhados”, diz à reportagem. Os funcionários chegaram para trabalhar e foram impedidos de entrar na empresa.
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