Moradores de Campo Grande que buscam atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Mônica esbarram na falta de medicamentos para dar início ao tratamento de suas doenças e acabam tendo que tirar do próprio bolso para comprar remédios. Para quem tem o dinheiro contado para passar o mês, o gasto extra traz mais preocupação e até impacta os tratamentos.
Com o filho de 16 anos com garganta inflamada e com febre, Juciliana Arantes, de 46 anos, desembolsou R$ 27 em uma farmácia em frente à UPA.
“Eu acho uma sacanagem porque a gente paga um monte de imposto. Eu ainda tenho recursos e quem não tem? Ficaria sem tomar e não melhoraria de jeito nenhum”, reclama a protética ao Jornal Midiamax.
Dos remédios que o médico receitou após a consulta, a Prednisona estava em falta. Por isso, precisou recorrer a uma farmácia. Mas quem não tem de onde tirar para comprar medicamentos simples, como uma dipirona, precisa contar com os próprios anticorpos para se tratar.
![remédios](https://cdn.midiamax.com.br/wp-content/uploads/2024/04/08182040/upa_santa_monica_henrique_arakaki-1024x576.jpg)
Outra mãe de 48 anos que conversou com o Jornal Midiamax estava com as duas filhas saindo da UPA para comprar um outro medicamento na farmácia. Ela precisava de Amoxilina, mas o medicamento também estava em falta.
“É complicada a situação e agora vou ter que ir atrás de alguma farmácia para comprar”, diz à reportagem. A caixa do remédio pode variar entre R$ 20 e R$ 40. Esses medicamentos deveriam ser oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
O que diz a Sesau?
Em nota, a Sesau esclareceu que a previsão de entrega de Amoxicilina 500mg comprimido é para esta semana. Já a Prednisona comprimido está disponível em toda a rede pública.
“O que pode ter ocorrido é uma falta pontual. Ao menos 50 itens que estão empenhados de processos em andamento devem ser entregues a longo do mês, entre medicamentos que estão em falta e de reposição”, destaca a nota.
A Sesau ressalta que tem adotado diversas medidas para dar mais celeridade na regularização do fornecimento de medicamentos e insumos. Conforme a pasta, as faltas pontuais decorrem do atraso na entrega por parte do fornecedor, ausência de matéria-prima no mercado, bem como entraves de ordem burocrática nos processos de aquisição.
Falta de remédios é problema crônico
Essa não é a primeira vez só no ano de 2024 que pacientes enfrentam a falta de medicamentos. No mês de fevereiro, o Jornal Midiamax mostrou que até medicamentos considerados básicos, como a dipirona, estavam em falta nos estoques das UPAs e UBSs (Unidades Básicas de Saúde).
Na época, a Sesau informou à reportagem que 80% do estoque da secretaria estava abastecido e culpou entraves burocráticos e de mercado a respeito da falta de alguns medicamentos pontuais.