O boletim de monitoramento de incêndios florestais em Mato Grosso do Sul, divulgado nesta quarta-feira (17), indica que a área queimada no Pantanal sofreu um aumento de 2.388,8% comparado ao ano passado. Corumbá concentra 86,3% dos focos de calor.

Conforme o documento elaborado pelo Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) e Corpo de Bombeiros, ao todo, 592.950 hectares foram queimados contra 23.825 em 2023. Os focos de calor tiveram alta de 181 para 3.099 neste ano.

O número também é preocupante em áreas protegidas, conforme os dados do Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) e Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Nas unidades de conservação do Pantanal e Cerrado salta de 250 hectares para 19.375, o que representa um aumento de 7.650,0%. Na Rede Amolar, de 950 para 137.750 hectares, porcentagem de 14.400,0.

Quanto às áreas protegidas em terras indígenas na região pantaneira e de Cerrado, os dados indicam que subiu de 1.500 hectares atingidos para 58.375.

Combate antecipado

Com isso, o Corpo de Bombeiros atuou 46,5% a mais do que o ano passado, saindo de 1.799 ocorrências para 2.635 em 2024. As equipes estão atuando nas áreas desde o dia 2 de abril e já foram empregados o efetivo de 548 bombeiros militares nas ações de prevenção, preparação e combate aos incêndios.

Os municípios de Corumbá (86,3%), Porto Murtinho (7,0%) e Aquidauana (5,1%) concentram 98,4% dos focos de calor no Pantanal do Estado, conforme dados do Inpe.

Geralmente, o período severo de estiagem começa entre julho e agosto. Entretanto, o baixo nível de chuva exigiu a antecipação de ações de combate e prevenção.

Fonte dos dados do Perigo de Fogo do Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais)

Calorão continua

A previsão até a próxima segunda-feira (22) indica tempo estável, com aberturas de sol e variação de nebulosidade. Ao longo da semana, as temperaturas estarão em elevação, podendo atingir valores entre 31 e 34°C.

O Cemtec ainda alerta para baixos valores de umidade relativa do ar, entre 10 e 30%. “As condições meteorológicas previstas para segunda quinzena de julho são favoráveis para a ocorrência de incêndios florestais, pois haverá predomínio de ar seco aliado a temperaturas acima da média”.

O relatório também evidencia que o perigo de fogo encontra-se entre o risco “muito alto” a “extremo” nos próximos dias no Pantanal, sendo o mais crítico na metade norte. “Porém, o que se observa é um aumento gradativo das condições de perigo de fogo ao longo dos dias”.

A previsão da probabilidade de fogo para o trimestre entre julho e setembro mostra que a maior parte do território de Mato Grosso do Sul está no nível de “Alerta”. Já os municípios de Bonito, Dois Irmãos do Buriti e Camapuã encontram-se no nível de “Alerta alto”.