A demora na conclusão de uma reforma tem deixado pais e crianças em situação de “descaso” no Jardim Aeroporto, em Campo Grande. A Emei (Escola de Educação Infantil) Bem-Te-Vi está em obras desde o início do ano, mas sem a conclusão da reforma, as crianças tiveram que ser acomodadas em uma sala emprestada de outra Emei e também no Centro Comunitário do bairro. De acordo com pai de aluna, mais de 120 crianças estão sendo prejudicadas com a situação e reforma só termina em abril.

Pais de alunos contam que foi informado a eles que a reforma terminaria em fevereiro para que os alunos retornassem às aulas em março. Mas isso não ocorreu. “A gente teve todo o período de férias e não foi feita essa reforma. Parece também que houve atraso na liberação do dinheiro, e com isso teve atraso no começo da obra”, conta mãe de 35 anos, cujo filho, de 2 anos e 9 meses, estuda na escola.

Em reunião com os pais, a direção da escola também disse que houve a tentativa de alugar uma casa para que as crianças pudessem ser atendidas, no entanto, trâmite não deu certo. Diante disso, parte delas foram acomodadas no Centro Comunitário do Jardim Aeroporto. 

Acomodação provisória

O problema é que o local não está preparado para esse tipo de demanda. “Ali não tem estrutura nenhuma para receber crianças, é um local todo fechado, tem pouca ventilação. Hoje mesmo quando fui buscar meu filho, ele tava debaixo da sombra de uma árvore junto com as professoras e os coleguinhas porque está muito, muito quente. Então a criança não toma banho ali, vai e volta com a mesma roupa, é muito difícil”, compartilha a mãe.

O motorista autônomo Marcelo Rodrigues Gonçalves matriculou a filha de 3 anos na Bem-Te-Vi neste ano. Ele e a esposa trabalham o dia todo, mas logo a situação se mostrou insustentável e ele tirou a menina da escola. 

“Graças a Deus, através de amigos, consegui uma bolsa num colégio particular e estou conseguindo levar minha filha. Tirei minha filha da Emei porque a situação lá está lamentável. Um descaso total do município e da Semed (Secretaria Municipal de Educação). Se não for descaso, é incompetência”, desabafa o pai.

Segundo a mãe, até a semana passada os pais recebiam, via WhatsApp, atividades relativas às crianças, mas agora isso não é mais feito, “o que leva a entender que ‘o problema foi solucionado’ e quem não levar seus filhos nessa situação terá falta, podendo até perder a vaga na Emei”.

O que diz a Prefeitura

O Jornal Midiamax entrou em contato com a Semed para saber quando as obras serão concluídas e se as crianças podem ser alocadas em espaço mais adequado até a conclusão da reforma. No entanto, até a conclusão desta matéria, não houve retorno.

Confira abaixo vídeo gravado por pai de aluna sobre situação da Emei.