Pular para o conteúdo
Cotidiano

Com 3,5 mil ações de saúde ajuizadas em MS, aplicativo deve agilizar suporte em cinco dias

Antes da ferramenta, processos aguardavam meses por uma resposta
Karina Campos, Clayton Neves -
Compartilhar
Ferramenta disponível pela internet e aplicativo (Alicce Rodrigues, Midiamax)

O TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) lançou na última semana a nova ferramenta de conciliação, o ‘Providências de Saúde’. Atualmente, mais de 3.515 ações relacionadas à saúde foram ajuizadas neste ano pedindo suporte.

Em entrevista ao Jornal Midiamax, nesta terça-feira (23), o coordenador do Comitê Estadual de Mato Grosso do Sul e desembargador do TJMS, Dr. Nélio Stábile, reforça que a nova modalidade deve proporcionar maior agilidade nas respostas ao cidadão que aguarda suporte do poder público.

Antes, o cidadão que necessitava de atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), como a disponibilização de medicamentos de alto custo, internações urgentes ou tratamentos, geralmente precisava iniciar uma ação judicial para que o poder público analisasse o pedido. Contudo, a nova ferramenta promete fornecer uma resposta ao solicitante em até 5 dias.

“Temos um fenômeno no e em MS, a judicialização da saúde, ou seja, um número crescente de ações que chegam ao judiciário solicitando algum produto de saúde, seja medicamento, cirurgia, tratamento ou internação. Muitas vezes, a ação é desnecessária porque há uma intenção do poder público em atender à população, mas por diversos motivos, isso não se concretiza”.

Portanto, a plataforma lançada no site e no aplicativo permite que o cidadão, antes de ingressar com qualquer ação judicial, faça o pedido diretamente ao poder público. A solicitação vai diretamente para quem deve fornecer o produto de saúde necessário. “O ente público, seja o Estado ou qualquer um dos 79 municípios de MS, tem 3 dias para responder. Se a resposta for positiva, eles devem informar quando e onde o produto será fornecido. Se a resposta for negativa, devem explicar as razões pelas quais não poderão atender. Isso significa que o cidadão terá uma resposta para o seu pedido em até 5 dias”.

Caso a resposta seja positiva, o caso é considerado resolvido e uma ação judicial é evitada. No entanto, ainda há a opção oferecida pelo poder público, como o fornecimento de outro medicamento ou tratamento.

Desembargador Nélio Stábile, coordenador do Comitê Estadual de Saúde (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Atendimento particular

Stábile estima que o número de judicializações contra operadoras, cooperativas e seguros seja superior a 10 mil entre janeiro e julho deste ano. O projeto concluiu um termo de cooperação entre os municípios e os serviços privados que operam no Estado.

“Isso entrará em vigor a partir de 1º de agosto. É um sistema simples que resolverá grande parte dos casos sem a necessidade de uma ação judicial. Durante a ação, contamos com um parecer técnico do Núcleo de Apoio Técnico ao Judiciário, Nat Jus (Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário), que esclarece todas as questões em termos técnicos e científicos para ajudar o magistrado a tomar uma decisão informada. Não somos médicos ou farmacêuticos, portanto, dependemos desses profissionais. Esse parecer é emitido em todas as ações relacionadas à saúde. Isso ajuda o magistrado a estar bem informado sobre as questões técnicas”.

As principais ações judicializadas no SUS são relacionadas as internações em UTI (Unidade de Terapia Intensiva), cirurgias, consultas e tratamentos.

“Outra medida que tomamos foi solicitar ao Tribunal a criação de uma competência específica para distribuição de ações relacionadas à saúde e suas subclassificações, como indenizações e obrigações de fazer. Às vezes, as ações são distribuídas sem mencionar a saúde, o que dificulta o entendimento do que está sendo tratado”.

Como funciona a ferramenta?

Para usar o serviço, o usuário deve acessar o site do Tribunal e clicar em “Serviços/CEJUSC-TJ-Saúde/Peça sua providência de saúde aqui”, ou diretamente pelo link.

Na página, o usuário deve preencher seus dados pessoais e pode anexar documentos como receitas médicas.

Na seção ‘Dados do medicamento’, estão listados os medicamentos fornecidos pelo SUS. Caso o medicamento desejado não esteja listado, o usuário pode acessar ‘Outros’ e descrever o pedido no campo ‘Relato dos fatos’.

TJMS Mobile

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul também oferece o aplicativo ‘TJMS Mobile’, disponível na Play Store ou na App Store.

Ao baixar o aplicativo, o usuário pode acessar a opção ‘Serviços’ e clicar em ‘Pedido de Medicamentos’. As mesmas opções disponíveis no site estarão acessíveis.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre ‘cratera’ na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados