Em dez dias, o Rio Grande do Sul registrou volume de chuva esperado para três meses. Dados do governo estadual mostram 420 milímetros de precipitações registrados entre 24 de abril e 4 de maio. Em algumas regiões, choveu mais de 800 milímetros. E se Mato Grosso do Sul enfrentasse a mesma situação, o que poderia acontecer?

Importante destacar que o que aconteceu no Rio Grande do Sul é um cenário muito atípico para a realidade de Mato Grosso do Sul, como explica o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima). No estado gaúcho, o cenário atípico foi causado por combinação de áreas de baixa pressão com um canal de umidade, causando dias seguidos de muita chuva.

Como exemplo, em 4 de janeiro de 2023, Campo Grande teve aproximadamente 150 mm de chuva em 24 horas, resultando em estragos estruturais. A chuva esperada para janeiro todo é, historicamente, 231 mm, mas em apenas 12h choveu 68% do esperado daquele ano.

Como consequência, vários estragos foram registrados. O Lago do Amor transbordou e a passarela entre o guard rail e o lago não suportou o alto volume de água e cedeu, veículos foram arrastados, ruas e casas alagadas e até uma piscina foi arrastada.

“Em um dia houve todo esse estrago, foi um evento meteorológico de mais rápida duração. No Rio Grande do Sul foi diferente, a chuva foi contínua por 4 a 5 dias, totalizando acumulados em torno de 600 – 800 mm em alguns pontos, algo muito atípico para nossa realidade”, afirma o Cemtec/MS.

(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Rio Grande do Sul tem mais de 80 mortos

O número de mortes confirmadas decorrentes das fortes chuvas que afetam o Rio Grande do Sul subiu para 83 e outros quatro óbitos estão em investigação para confirmar se há relação com os eventos meteorológicos da última semana. Os dados constam no boletim da Defesa Civil estadual atualizado às 9h desta segunda-feira (6). No momento, o número de desaparecidos chega a 111 pessoas.

Ao todo, são 345 municípios gaúchos atingidos pelos temporais, com mais de 850,4 mil pessoas afetadas. O estado contabiliza 21.957 pessoas desalojadas. Além disso, o levantamento aponta que 19.368 pessoas estão temporariamente em abrigos e há 276 feridos.

A Sema/RS (Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado do Rio Grande do Sul) tem atualizado de hora em hora o nível do Lago Guaíba. Às 9h, desta segunda-feira (6), o nível das águas estava em 5,29 m, em Porto Alegre, capital do estado. O registro mostra a queda de 2 centímetros do maior nível do Guaíba da história, quando atingiu, neste domingo (5), 5,31 m de profundidade às 16h. A medição foi feita por régua automática da secretaria. (Com Agência Brasil)

Doações – Não sabe para qual entidade ou iniciativa doar? O Jornal Midiamax mantém atualizada uma relação com diversos pontos de coleta de donativos na Capital de Mato Grosso do Sul e instituições que estão recebendo doações via Pix. LISTA: Confira os novos pontos de doações em Campo Grande para famílias do RS.