O Rio Grande do Sul enfrenta uma tragédia climática histórica com 1,4 milhão de pessoas afetadas pelas enchentes. Apesar de nos questionarmos sobre a possibilidade de tal cenário regionalmente, a Defesa Civil de Mato Grosso do Sul destaca que características regionais beneficiam o Estado e evitariam inundações.

Importante destacar que o que ocorre no Rio Grande do Sul é uma tragédia sem precedentes e que no Mato Grosso do Sul, mesmo que na suposição de um evento climático extremo de magnitude similar, os eventuais danos e prejuízos causados teriam amplitude diferenciada. Isso porque o Estado apresenta, além de regiões com vazios demográficos significativos, características de relevo, hidrografia e clima peculiares.

Em cenário de chuvas muito acima da média, os municípios do Mato Grosso do Sul mais suscetíveis a inundações e deslizamentos são os localizados nas bacias dos Rios Paraguai e Paraná. Mas cada cidade possui áreas de risco de acordo com a susceptibilidade, tomando como base as informações meteorológicas, geológicas e hidrológicas.

Monitoramento de catástrofes

Em Mato Grosso do Sul está inserido no SNPDC (Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil) e via Defesa Civil coleta os dados fornecidos pelos órgãos federais de monitoramento e alerta.

Com base nesse monitoramento, a Defesa Civil monitora a ocorrência de fenômenos climáticos e, posteriormente, divulga para a população através de mensagens de texto (SMS), WhatsApp, TV a Cabo e via plataforma Google.

O Sistema nacional ainda prevê medidas preventivas e de ação para casos de catástrofes, que inclui fases de Prevenção e Mitigação (Análise de Risco, Medidas de Redução de Risco), Preparação (Ações de Preparação e Monitoramento), resposta (Socorro, Assistência Humanitária e Restabelecimento) e Recuperação (Projetos de Reconstrução e Recuperação).

Em caso de desastres, os Planos de Contingência Municipais preveem os abrigos de acordo com a disponibilidade em cada município e quando os locais públicos estão sobrecarregados (escolas, creches, ginásios, etc.) outros setores da sociedade civil são utilizados (igrejas, etc.).

Campo Grande tem quatro pontos críticos de inundação 

Campo Grande tem quatro pontos críticos para a ocorrência de inundações, conforme aponta relatório de 2019 do Ministério de Minas e Energia, além de regiões com falta de drenagem pluvial e casas construídas abaixo do nível da rua. A discussão ganha holofotes diante da tragédia climática enfrentada no Rio Grande do Sul.

Documento afirma que Campo Grande possui uma topografia favorável a processos de inundação, devido à baixa declividade e a grande quantidade de córregos que cortam a área urbana da cidade. Dessa forma, o relatório alerta para regiões críticas e norteia em casos de enchentes.

Importante destacar que o que acontece no Rio Grande do Sul é um cenário muito atípico para a realidade de Mato Grosso do Sul, como explica o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima). Por lá, cidades chegaram a registrar 800 milímetros de chuva nos últimos dias.