A prefeitura de Campo Grande ainda não desistiu de tirar do papel projeto de R$ 40 milhões da reforma da Feira Central e vai recorrer ao conselho de cultura para tentar uma alternativa, diante das negativas impostas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Nesta quarta-feira (15), o secretário municipal de Infraestrutura, Marcelo Miglioli disse que terá uma reunião com o Conselho de Cultura para tentar destravar a reforma da Feira Central de Campo Grande.

“A Feira Central tem 43 milhões disponíveis para a obra e no nosso entendimento é um recurso que nós não podemos perder. Então nós vamos tentar, com o Iphan para que a gente ache uma para destravar a obra”, disse ao Jornal Midiamax.

Iphan negou recurso da prefeitura

Nesta terça-feira (7), o presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Leandro Grass, emitiu decisão definitiva sobre o recurso impetrado pela Prefeitura Municipal de Campo Grande, visando a aprovação do projeto de construção de um novo prédio para a Feira Central.

Anteriormente, por três vezes, o projeto havia sido negado pela Superintendência do Iphan no Mato Grosso do Sul, motivo pelo qual a Prefeitura levou seu pleito para o nível nacional. Nesta, a decisão se repetiu e o projeto foi novamente negado.

Segundo o despacho da presidência, a justificativa para a negativa consiste na avaliação de que “a implantação da nova feira central na área da Esplanada Ferroviária, em parte do antigo leito ferroviário, segmentando este espaço em dois, afeta diretamente valores destacados no processo de tombamento, referentes à percepção e o entendimento do sistema linear composto pelo complexo e das relações entre este sistema e a cidade”.

Além disso, o CAR (Comitê de Análise de Recursos) do Iphan destacou que, apesar do processo ter cumprido de forma geral, ao longo de seu histórico, os critérios formais exigidos, foram observados que os documentos protocolados para análise ao longo do tempo foram apresentados de modo complementar. 

“Mesmo diante dos indeferimentos manifestados por meio dos pareceres técnicos, os requerimentos seguintes de análise de novas versões da proposta traziam materiais técnicos fragmentados, que visavam somente complementar e/ou justificar o material previamente rejeitado”, explica a nota do CAR.

Recurso para reforma da feira central

O investimento total é de R$ 40 milhões, que deveriam ser usados para reforma na estrutura de 11.500 metros de área construída e distribuída em dois andares. O térreo, com 5,5 mil m² de área construída, será reservado para as 58 bancas de hortigranjeiros e o espaço de venda dos demais produtos.

No segundo pavimento, com 6 mil metros quadrados, haverá um espaço multiuso de 700 m² destinado a eventos como apresentações musicais e artísticas. O lugar terá arquibancada retrátil e uma praça na entrada em referência ao japão e anfiteatro ao ar livre.

No pavimento superior, também haverá um setor de alimentação, com 2,8 mil m² divididos em 30 restaurantes centrais, com capacidade para 920 lugares. Haverá uma praça de alimentação dividida em 10 setores. Todo o complexo terá estacionamento para 500 veículos.