No feriado de 1º de maio, Dia do Trabalhador, repercutiu nas redes sociais o vídeo de um jovem mergulhando no lago do Parque das Nações Indígenas, um dos principais cartões postais e atração turística de Campo Grande. Nas imagens é possível ver o homem saindo da água e escalando o monumento do Guerreiro Guaicuru.

Não se sabe se o episódio aconteceu de fato na tarde de feriado, mas a atitude inesperada – e infratora – do rapaz, levanta uma problemática antiga da capital: a falta de espaços públicos pensados para os moradores aliviarem os efeitos do calor extremo.

Não é preciso ir muito longe na busca por municípios que criaram balneários para usufruto dos moradores, o que é uma ótima alternativa, não só para o lazer, mas também para aliviar o desconforto causado pelo calor em excesso. No interior do estado, diversas cidades oferecem estes espaços.

Projeto do 1° Parque Turístico (Divulgação, PMCG)

Na capital, obras paradas poderiam sanar o déficit de locais públicos para população se refrescar em dias extremos de calor.

O projeto mais próximo ao de um balneário é o 1° Parque Turístico Municipal de Campo Grande, nas Cachoeiras do Céuzinho. A obra foi anunciada em agosto de 2023, quando a construção também seria iniciada, com previsão de entrega para final de 2024. No entanto, não há sinais de obras iniciadas e não se sabe quando o Parque será entregue.

À reportagem, a Prefeitura de Campo Grande afirmou, por meio da Sisep, que o projeto e o orçamento da primeira etapa do Parque Turístico Municipal de Campo Grande – Cachoeiras do Ceuzinho está sendo finalizado, para então a obra ser licitada.

Lagoa Itatiaia

Em março de 2024, uma cena chamou a atenção dos campo-grandenses que passavam pela Praça Ary Coelho: em meio ao calor de quase 40 °C, crianças e adultos aproveitaram para se refrescar no chafariz, bem no centro da cidade.

(Divulgação, Sisep)

Não foi a primeira vez que isso aconteceu. Inclusive, situações similares já foram flagradas no espelho d’água da Central do Cidadão e nas fontes do Horto Florestal. Isso só prova que um lugar criado com o propósito da população se refrescar em dias de calor extremo seria um grande sucesso.

O projeto de revitalização da Lagoa Itatiaia, no entanto, parece oferecer uma solução para que episódios assim não ocorram mais. É que a obra prevê a criação de uma fonte interativa, que contará com 16 jatos d’água que surgirão do chão.

Estas fontes já são um sucesso em parque e praças de outras cidades brasileiras e também internacionais. A obra foi anunciada pela Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) em 4 de março, orçada em R$ 1,2 milhão. A previsão é que a revitalização seja concluída em até 240 dias.

Em nota, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) informou que a obra de revitalização da Lagoa Itatiaia está em andamento.

“Está sendo feito o novo prédio da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e a construção do pier de 40 metros. Conforme a Pasta, a obra do pier teve que ser suspensa temporariamente por causa da chuva, que fez com que o nível da água da Lagoa subisse, impedindo a execução dos serviços. Também estão sendo feitas as calçadas e a base da estação de ginástica. A Sisep ressalta que alguns serviços, nesta fase inicial, são realizados em outro local, como a preparação das madeiras dos decks e os aparelhos da estação de ginástica”.

Piscinas públicas

O Parque Jacques da Luz e Parque Olímpico Ayrton Senna já foram palco de muitos projetos da Prefeitura de Campo Grande, que incluíam aulas de natação e atletismo, por exemplo. Mas, com a falta de revitalização, as estruturas permanecem em desuso há anos.

Em abril de 2024, a Funesp (Fundação Municipal de Esportes) anunciou que as três piscinas do Parque Jacques da Luz, no bairro Moreninhas, serão reativadas em 2024. O próximo passo, segundo a Fundação à época da divulgação, seria orçar o valor empenhado para a reforma.

A estrutura está abandonada há dez anos. O projeto de reforma e adequação prevê, além das piscinas, a instalação de filtros, novo piso e bordas, troca de piso dos banheiros e sistema de impermeabilização.

A última intervenção no local ocorreu em 2023 quando, em uma parceria coma Energisa, foi instalada uma iluminação moderna de LED no espaço.

Em 23 de outubro de 2019, uma obra, orçada em quase R$ 1 milhão, chegou a ser iniciada. O projeto previa a reforma das quadras cobertas e o complexo aquático, sob o valor total de R$ 961.999,58. Porém, segundo o site +Obras, da Prefeitura de Campo Grande, a empresa Gimenez Engenharia LTDA cumpriu apenas 43% do total esperado, com execução de R$ 411.181,84 em valores.

No mesmo dia, foi confirmada a reforma do Parque Olímpico Ayrton Senna, um dos principais polos esportivos da cidade. No entanto, nem o orçamento, nem o projeto foram divulgados.

Em nota, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos informa que, “na licitação realizada no ano passado, não houve apresentação de propostas. Atualmente, a Pasta está fazendo a atualização das planilhas do projeto para abrir nova licitação”.

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*Editada às 16h13 para acréscimo de posicionamento da prefeitura, enviado após publicação da matéria

*Editada também às 07h40 de 03 de maio para posicionamento da Prefeitura sobre o 1° Parque Turístico Municipal de Campo Grande, nas Cachoeiras do Céuzinho, enviado após publicação da matéria.