‘Demorou tanto tempo’, diz atleta sobre paridade de gênero na divisão de recursos públicos

Governo de MS decidiu descentralizar os recursos públicos destinados a atletas esportivas

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Atletas (Foto: Bruno Rezende, Fundesporte)

Durante o mês olímpico, o Governo de Mato Grosso do Sul decidiu descentralizar os recursos públicos destinados a atletas esportivas do Estado. Agora, independente do sexo, ninguém poderá receber menos que 30%.

Conforme a lei nº 63.26 publicada no Diário Oficial, do último dia 29 de agosto, os recursos destinados a atletas esportivos para as federações deverão ser repassados de forma igualitária.

A mudança ocorreu justamente no mês em que as mulheres ganharam destaque nas Olimpíadas de Paris. As brasileiras foram responsáveis por 12 das 20 medalhas, ressaltando que apenas elas conquistaram ouro.

O Jornal Midiamax conversou com atletas sul-mato-grossenses e para elas a mudança é valiosa, contudo demorou muito tempo para acontecer.

A atleta Bruna Elisbão destaca que a paridade se torna um incentivo a mais para as mulheres, além de representar um avanço.

“É muito bom ser igualitário, o mesmo incentivo para o masculino, ser para o feminino, não só aqui no Estado, mas no Brasil, você vê um patrocínio maior para o masculino, uma verba maior, um rendimento maior. Então, agora eles igualam, eu acho que dá mais um incentivo para as mulheres praticarem o esporte. Com isso, os resultados vêm, porque nas Olimpíadas, todos os ouros do Brasil foram conquistados por mulheres”, destacou Bruna.

A atleta de futsal espera que agora a valorização da mulher no esporte cresça. “Um grande avanço para o esporte, para o gênero feminino, e espero que cresça cada vez mais, o pessoal, patrocínios, investidores. Eles olham diferente para o feminino, para as modalidades femininas, e deem-se incentivo a mais”, pontou.

Futuras gerações

A atleta Vanessa Lima destaca que a mudança demorou para acontecer, mas se torna oportunidade para as próximas gerações.

“Poderia ter feito isso antes. Demorou tanto tempo para ser aprovada [a lei], principalmente para as gerações futuras que estão vindo, mas é ruim. Por que demorou tanto tempo? Por que demorou tanto tempo para nos sermos reconhecidas?”, ressaltou Vanessa.

Vanessa joga pelo time da UCDB desde 2010, contudo, nos últimos anos, enfrentou diversos desafios para conseguir competir.

“Ano que vem, provavelmente nosso time não vai existir mais. Se for existir, vai existir só a equipe universitária, porque as atletas que não são universitárias, elas não podem continuar mais. Hoje em dia, é tudo tão difícil no nosso Estado, ter recursos para alguma coisa. Para as gerações futuras, é excelente essa lei. Mas poderia ter vindo antes”, destacou a atleta Vanessa.

Para a atleta de luta olímpica, que preferiu não se identificar, a paridade também demorou muito tempo para acontecer, mas a chegada precisa ser comemorada.

“Eu fico aliviada, mas acho um absurdo que tenha demorado tanto tempo para acabar. É algo extremamente ultrapassado, nas Olimpíadas a gente viu o quanto a representação feminina foi importante para o esporte nacional”, comentou.

Conforme a Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), o ajuste foi motivado “pela necessidade de corrigir possíveis disparidades e assegurar que todas as modalidades, independentemente do gênero dos atletas, tenham acesso aos mesmos recursos e oportunidades”.

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