Nativa da Ásia, a Ficus Benjamina é uma árvore de grande porte, caracterizada por suas folhas ovais, brilhantes e pontiagudas. Em , a planta tem chamado atenção nos últimos dias devido à imensidão de folhas espalhadas pelo chão. Para quem vê de longe, é um belo fenômeno da natureza, mas para quem convive de perto pode ser um transtorno diário.

O biólogo José Milton Longo explica que o “aborto das folhas”, como é chamada a queda da folhagem, pode estar diretamente relacionado às baixas temperaturas registradas em Campo Grande na última semana.

“Quando a Ficus é submetida a estresse, tende a perder as folhas. Esse estresse pode ser desde falta de nutrientes até esses eventos climáticos, especialmente as baixas temperaturas registradas nesses últimos dias”, destacou.

Mesmo sendo inadequada para ambientes urbanos, as Ficus são frequentemente encontradas em diferentes regiões da Capital, como na Avenida Mato Grosso, uma das principais vias da cidade.

José Milton ressalta que em ambientes urbanos a Ficus pode apresentar sérios riscos que comprometem o bem-estar da população.

“A Ficus tem raiz bastante agressiva e de rápido crescimento. Ela pode danificar calçadas, tubulações, encanamentos subterrâneos, muros e edificações. Dependendo de onde estiver plantada, a árvore pode afetar também a rede elétrica”, enfatizou.

Ideal para parques e fazendas, o Ficus tem frutinhos vermelhos sem sementes. A espécie também pode ser usada em vasos dentro de casa ou com poda radical em formato ornamental arredondado.

Na natureza, uma Ficus pode atingir até 15 metros de altura com copa grande; são as chamadas figueiras.

Ficus Benjamina
Benjamina (Foto: Marcos Ermínio)

Qual a planta ideal para ter em frente de casa?

Para quem pretende investir em arborização, o biólogo ressalta que existe uma infinidade de espécies mais adequadas para áreas urbanas. Tudo depende da especificidade do local escolhido pelo morador.

“Se for sob rede elétrica, deve-se utilizar espécies de porte médio, que não atinge grandes alturas e podem ser manejadas, como a Quaresmeira (Tibouchina), algumas espécies de Senna, Manacá, a Aroeira – pimenta, ou os tradicionais Ipês”, esclarece.

José Milton destaca que na hora de escolher o que plantar é importante priorizar espécies nativas, como as Palmeiras do Cerrado (Buritis, Acuris, Bocaiuva), Ipê, Magnólia, Cumbarú, e tantas outras que atraem e preservam a fauna regional, como pássaros e abelhas.

Regras para o plantio

Conforme a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), o plantio de árvores nas calçadas e espaços públicos deve considerar os limites mínimos entre as dimensões das espécies escolhidas quando adultas e a localização dos mobiliários urbanos, para garantir espaço para a mobilidade urbana.

Também é importante considerar o porte da árvore antes do plantio. De modo geral o conceito de porte da árvore apresenta a altura máxima que varia entre 4,0 m e 6,0 m para árvores de pequeno porte. Entre 6,0 m e 12,0 m para médio porte e acima de 10,0 m ou 12,0 m para grande porte.

Nas calçadas com largura inferior a 1,50 m e sem recuo predial é proibido o plantio de árvores, pois o espaço livre mínimo para o trânsito de pedestres em passeios públicos deverá ser de 1,50 m.

A orientação é que seja escolhida, preferencialmente, uma só espécie para cada lado da
rua ou para cada rua. Conforme a Semadur, isso facilita o acompanhamento de seu desenvolvimento, o controle de pragas e doenças e o programa de podas.

Para facilitar a escolha, a Semadur listou as espécies de plantas inapropriadas para o plantio em áreas urbanas, confira:

Plantas inadequadas
Plantas inadequadas (Foto: Divulgação/Semadur)

Em caso de riscos a segurança da população, é realizada a poda de emergência que consiste em remover partes da árvore que colocam em risco iminente a integridade física das pessoas ou do patrimônio público ou particular, como ramos que se quebram durante chuva ou vento forte.

A permissão para a poda de árvores em vias e logradouros públicos deve considerar os seguintes critérios:

  • Para condução, visando a formação da árvore;
  • Sob fiação, quando representarem riscos de acidente ou de interrupção do sistema elétrico, de telefonia ou de outros serviços;
  • Para limpeza, visando apenas a retirada de galhos secos, apodrecidos, quebrados ou com pragas e/ou doenças;
  • Quando os galhos estiverem causando interferências prejudiciais
  • Em edificações, na iluminação ou na sinalização de trânsito nas vias públicas;
  • Para recuperação de arquitetura da copa.

Serviço:

Em caso de problemas com árvores, moradores de Campo Grande podem entrar em contato com a Gerência de Fiscalização de Arborização da Semadur ou entrar em contato pelo número (67) 4042-1323, ramal 2744 ou 2743. Se a árvore estiver comprometendo a rede elétrica é possível ter auxílio direto com a Energisa pelo telefone: 0800 722 7272.

Ficus Benjamina
Benjamina (Foto: Marcos Ermínio/Jornal Midiamax)