Por volta do meio-dia chovia na região sul de Campo Grande. A chuva forte e rápida foi suficiente para alagar ruas do bairro Los Angeles, mas não para impedir uma mãe de atravessar a cidade de ônibus para levar o filho para atendimento médico.
Rosely Cavalheiro de Almeida esperou a chuva parar, pegou dois filhos, um de sete anos em uma cadeira de rodas e outro de 14 e saiu em direção ao ponto de ônibus. Ela precisou cruzar a rua Izolino Alves Pereira, completamente alagada.
No vídeo, gravado pelo filho de 14 anos, é possível ver as ruas alagadas, com enxurrada após a chuva e a dificuldade para atravessar a rua com o menino na cadeira de rodas. “A dificuldade que é para passar. Se eu for ali, arrasta tudo”, diz o garoto que precisou pausar o vídeo para ajudar a mãe a erguer a cadeira para subir na calçada.
Esse foi só a primeira etapa do percurso de 25 km até o destino e que envolveu mais de uma hora de ônibus. “Nós mães de cadeirantes sofremos muito para locomoção tanto nas chuvas quantos nos embarques e desembarques de ônibus. A população não tem nenhum respeito com essa classe que sofre muito”, conta Rosely.
O filho de sete anos tem autismo, microcefalia, paralisia cerebral e é deficiente visual. em meio a dificuldade da rotina, ela deixa a lição. “A única coisa que peço a Deus que me dê muita saúde e forças pra lutar pelos direitos dele. Enquanto eu existir vou lutar pra ele ter uma qualidade de vida melhor”, diz.
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