Alagamentos, lamaçal e escola sem aula: chuva forte causa destruição em bairros de Campo Grande
Bairros sem drenagem são os mais afetados no temporal desta segunda-feira (4)
Karina Campos –
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Casas alagadas, ruas cheias de água, lamaçal, postos de saúde com goteiras e escola sem aula. Esta segunda-feira (4) é marcada por estragos e prejuízos em vários bairros de Campo Grande. A chuva que cai na cidade desde o início do dia já acumulou mais de 40 milímetros e a previsão é de mais temporal ao longo do dia.
No Rua Almerinda Azevedo, no Jardim das Perdizes, Rodrigo Brandão descreve a enxurrada que se assemelha a “um rio”. A força que sai da tubulação arrastra pedregulhos para a parte mais baixa da via. “Moro há 20 anos [aqui], sempre foi assim na região. O buraco está assim há um ano”, disse.
A auxiliar de cozinha Leticia Maciel da Silva, de 32 anos, relata preocupação com a água que inunda o quintal da casa, no Jardim Bálsamo. “Se continuar chovendo vai entrar na minha casa”.
Outra moradora do Indubrasil, que preferiu anonimato, entrou em desespero mais uma vez ao ter a casa invadida pela água, na Rua Curvina, no Indubrasil. Ela diz que já perdeu vários móveis, inclusive um carro estacionado na garagem de casa. Nas imagens enviadas para o Canal do Leitor, ela relata que um desvio feito por uma recente obra de um estabelecimento causou transtornos.
“Faz um ano que reclamo do alagamento na minha rua. Fizeram um desvio, iam fazer um hotel por aqui. A madeireira que tem aqui, o dono coloca madeira em cima do reservatório da chuva, caiu a boca-de-lobo. Toda vez que chove, só minha casa fica prejudicada, perdi móveis, meu carro. A água volta, não tem para onde ir. Desde o ano passado estou ligando para a prefeitura. Eu não durmo à noite, esperando a chuva passar. Eu preciso de ajuda, alaga a casa e eu tenho que tirar minha filha do quarto”.
Na Rua Brigadeiro Luís Carlos, na Vila Bordon, moradores que precisam sair de casa tiveram que usar sacolas de plástico nos pés e desviar de pontos mais críticos. “Moro aqui há cinco anos e nunca fazem nada pela gente. A água está entrando nas casas. A enxurrada ainda não entrou na minha casa, mas está prestes. Está uma verdadeira lagoa”, disse Willian Souza.
Na Rua Escaramuça, no Jardim Los Angeles, condutores deram a volta para evitar a enxurrada. Outros motoristas arriscavam passar pelo volume de chuva. Também no Los Angeles, moradores da Rua José Peixoto esquina com Antônio Prado enfrentaram lama e água nos portos e dentro de casa. “Não arrumam as bocas-de-lobo e nem coloca canalização ou suporte de água da chuva. Minha casa foi destruída com a enxurrada que vem do lado da vizinha”.
No Jardim Santa Emília, motoristas se arriscavam para enfrentar as ruas que se transformaram em rio.
Além das ruas e casas alagadas, outro problema trazido pela chuva é unidades de saúde com goteiras e vazamentos. Na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Leblon durante chuva forte na manhã desta segunda-feira (4).
Próximo de uma das macas onde os filhos tomavam soro, a água da chuva invadiu a unidade pela lâmpada. “Começou chover forte e a lâmpada queimou. Aí começou a sair a água”, conta ao Jornal Midiamax. Uma auxiliar de serviços gerais da UPA improvisou uma cesta de lixo para contar a água.
Nova Campo Grande foi um dos bairros mais atingidos
Moradores do bairro Nova Campo Grande estão ilhados em casa devido a alagamento e barro das ruas na manhã desta segunda-feira (4), durante as chuvas. A enxurrada ainda invadiu a casa de moradores da principal avenida da região.
Ângela Rodrigues faz o registro e lamenta a frustração nas primeiras horas da manhã na Rua 77. “Está tudo alagado, olha a porta da minha casa. Não dá para sair, está transbordando tudo, por um fio não entra na minha casa. Estamos enfrentando dificuldades”, relata.
Nas imagens é possível notar é impossível percorrer alguns trechos com veículos e, principalmente, a pé por riscos de acidentes. O vizinho, também morando na Rua 77, descreve que os moradores estão evitando deixar o espaço. A chuva volta a atingir a região e preocupar quem precisa transitar.
Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) informou que as atuais obras na região visam evitar alagamento nas vias.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande para detalhes de manutenção nas vias mais danificadas e, em nota, a pasta informou que o bairro está recebendo obras de drenagem e pavimentação.
“O projeto também prevê a construção de bacias de amortecimento, que tem o objetivo de evitar alagamentos das vias. As vias não pavimentadas entram na programação de serviços da Sisep, elaborada com base nas solicitações recebidas pelo 156 e Fala CG. São mais de mil quilômetros de vias não pavimentadas em Campo Grande que recebem o serviço de manutenção da Sisep”, detalha o comunicado.
Escola sem aula
No bairro Petrópolis, alunos foram dispensados das aulas na Escola Clarinda Mendes de Aquino depois que o portão caiu. Árvores ao redor da unidade escolar também caíram e deixaram moradores com casas alagadas.
Ainda não há informações se as aulas serão retomadas nesta terça-feira (4).
A reportagem entrou em contato com a prefeitura para saber sobre os reparos na cidade após os estragos, mas não houve resposta até a publicação da matéria. O espaço segue aberto para um posicionamento.
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