Muitos brasileiros diariamente enfrentam uma dura realidade. E alguns necessitam trabalhar durante o dia para ter o que comer à noite. Adenir Rodrigues é um exemplo dessa batalha diária de ir às ruas em busca do seu sustento.

Para comemorar a ceia de , Adenir precisou fazer uma ‘correria' e assim, conseguir ter uma noite farta de alimentos. Paranaense, Rodrigues mora em há seis anos e há quatro trabalha como vendedor ambulante pelas ruas da Capital.

A vida nunca foi fácil para Adenir, mas o paraense não se deixa abater diante das dificuldades. Todos os dias, ele pega seus isopores lotados de garrafas de água mineral para vendê-las pelos semáforos da cidade.

“Morei no toda a minha vida e depois que me separei, resolvi me mudar para Campo Grande. Gosto do clima daqui e acho uma cidade ótima. Tenho cinco filhos, mas todos já são criados e residem na Curitiba”, contou.

Adenir diz que normalmente costuma vender na Afonso Pena, bem no centro de Campo Grande, mas por ser um produto de baixo custo, Rodrigues não consegue grandes lucros. O vendedor diz que precisa fazer ‘malabarismos' para honrar com as despesas mensalmente.

“Meu lucro é muito baixo. Para conseguir ter um lucro de R$ 80 por dia, eu preciso vender quase 100 garrafas de água. Vou dando um jeito aqui e outro ali para conseguir pagar as minhas dívidas mensais. Todos os meses preciso arcar com água, luz, aluguel. Não é fácil, mas vamos vivendo um dia de cada vez”.

(Henrique Arakaki, Midiamax)

Sempre tentando economizar, Adenir se lembra que já chegou a ter problemas de saúde por só comer pastel nas refeições.

“A gente tenta conter os gastos. Teve uma época que só me alimentava de pastéis, mas percebi que estava ficando fraco. Queria economizar dinheiro”, disse.

Adenir aluga um cômodo de uma residência na área central de Campo Grande. Como não tem família em Mato Grosso do Sul, o vendedor precisa ‘se virar nos 30' para sobreviver. Neste domingo (24), na véspera de Natal, Rodrigues começou o trabalho pela manhã e só vai parar às 18h, poucas horas antes da ceia.

“Não tenho família aqui, mas um casal de idosos, que são donos da casa onde alugo um quarto, me chamou para passar a ceia de Natal com eles. Eu aceitei, mas mesmo assim a gente precisa ajudar com as despesas”.