Um ano após morte violenta, familiares homenageiam Eli Matias: “nunca será esquecido”
Caso completa um ano neste domingo (8)
Monique Faria –
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Familiares e amigos de Eli Matias, morto aos 36 anos, pelo amante da ex-esposa, se reuniram para homenageá-lo, na manhã deste domingo (8). O caso ocorreu há exato um ano, e o lugar escolhido para a homenagem foi o próprio local do crime que tirou sua vida.
A sobrinha de Eli, Alessandra Matias, 27 anos, foi quem idealizou a homenagem. Inicialmente, o desejo era realizá-la no local de sepultamento do tio, na aldeia Cachoeirinha, localizada no município de Miranda – distante 207 km de Campo Grande – mas seria inviável a viagem.
Os familiares, então, decidiram fazer uma caminhada pelo bairro Noroeste, indo da casa do irmão de Eli, até o local onde o crime aconteceu, no cruzamento das ruas Piraputanga e Ferreira Viana. Após chegarem ao destino, se reuniram em oração, com reprodução de louvores, que foram compostos, em vida, pelo próprio Eli.
“Viemos caminhando da casa do meu tio, onde nos reunimos, para vir até aqui, no lugar que ele foi morto. A gente fez essa pequena homenagem para ele ser lembrado, ele nunca será esquecido por nós familiares”, afirma a sobrinha.
A mãe de criação de Eli, Adelina da Silva, 52 anos, compareceu ao local da homenagem. Visivelmente emocionada, lembrava de sua participação na igreja em que frequentavam. “Eu cuidei dele desde os nove anos de idade, viveu comigo até 20 anos. Ele era da Igreja, estava sempre lá. É muito emocionante essa homenagem”, comenta.
Elizarto Matias, 42 anos, também se emocionou ao lembrar da perda do irmão, e contou que a cena, presenciada no dia do crime, nunca será esquecida. “Ele foi morto com 14 facadas. Infelizmente perdi meu irmão. Eu tive que ver ele no IML e essa cena eu não desejo para ninguém”, conta.
Familiares carregavam bandeira do Palmeiras
Eli Matias era conhecido por seus entes por ser torcedor do Palmeiras, e em sua homenagem não podiam faltar bandeiras de seu time do coração. Após as orações, o hino do Palmeiras ecoou pelo local, fazendo os presentes se recordarem da paixão que Eli tinha pelo time.
“Ele era amigo, conselheiro, trabalhador. Quando a gente assistia jogo e perdia o time dele, ele zoava comigo, porque ele era palmeirense e eu flamenguista. Hoje faz um ano já, uma saudade que dói”, afirma o amigo de Eli, Edi Silva, 37 anos.
Outro amigo de Eli, Mario Vangilho, 32 anos, contou que em anos de amizade, nunca soube de rivalidades na vida do amigo. “Eu conheci o Sillas há muito tempo atrás, quando eu morava na aldeia Marçal de Souza. Ele era amigo de todo mundo, não era aquela pessoa que via maldade em ninguém, todo mundo para ele era amigo de verdade”, conta.
Relembre o caso
Eli Matias, de 36 anos, foi morto com 14 facadas na madrugada do sábado, dia 8 de outubro de 2022, na Rua Piraputanga, no bairro Noroeste, em Campo Grande. O autor do crime tem de 31 anos e também foi ferido. Ele contou à polícia que foi flagrado com a esposa da vítima, porém não sabia que a mesma era casada.
À polícia, a mulher contou, inicialmente, que havia sido assaltada e o marido viu a situação, tentou defendê-la e acabou esfaqueado pelos assaltantes.
No local, a polícia encontrou uma pasta com documentos no nome do autor. Em diligências na casa do mesmo, foi informada de que ele estava na ala vermelha da Santa Casa.
Em conversa com os policiais, o homem contou que se relacionava com a mulher, mas que não sabia que ela era casada. Quando voltava para casa com a mulher, foi atacado por Eli, que estava armado com uma faca, mas conseguiu tomar o objeto e revidou os golpes, largando o objeto para trás e fugindo em seguida.
O autor foi preso em flagrante e segue sob escolta policial na Santa Casa. No local do crime, a polícia apreendeu um canivete ao lado do corpo da vítima.
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