Último adeus: amigos fazem homenagens e corpo de médico assassinado em Dourados é levado para o RS

Dia foi marcado por boas lembranças de quem conviveu com o médico de 29 anos em Dourados

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Gabriel tinha 29 anos e era médico em Dourados (Foto: Reprodução, arquivo pessoal)

Enquanto o corpo de Gabriel Paschoal Rossi seguia viagem de volta em um carro funerário para Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, onde nasceu, os amigos da 20ª turma do curso de Medicina da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), prestavam homenagens.

Na entrada do auditório da UFGD que estava lotado pelos colegas de curso e também por amigos professores e profissionais da área de saúde, um poema de Santo Agostinho escrito em um banner ao lado de fotos, entre outras palavras dizia: “(…) sorriam, pensem em mim. Rezem por mim”.

No local o silêncio era percebido e só foi quebrado quando o amigo Matheus deu início a uma espécie de funeral sem corpo presente, mas com marcado pelo respeito por alguém que partiu, mas que deixou saudades em conviveu com ele. “Estamos aqui para nos despedirmos de você amigo”.

Após a realização do ‘Pai Nosso’, microfone foi aberto. “Gabriel era sempre responsável. Nunca falta aos plantões e estava sempre lá desde as 7 horas da manhã, trabalhando com reponsabilidade. Um membro foi arrancado do nosso convívio”, disse o diretor clínico do Hospital da Vida, Raul Espinoza.

Amigo de Gabriel, o vereador e também médico Diogo Castilho, estava presente. “Me acompanha nas cirurgias sempre sorrindo até conselhos ele dava para a gente. Tinha tudo para ser um grande cirurgião”, comentou o médico.

Colegas de turma fizeram uma despedida na noite dessa sexta-feira (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

Despedidas na UPA

No final da manhã dessa sexta-feira (4) funcionários da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) onde Gabriel também dava plantões, fizeram um ato de despedida. No local também foi plantada uma árvore.

O corpo do médico que foi encontrado estrangulado, com as mãos e os pés amarrados por fios de cabo de televisão e de carregadores de celulares, e em estado de decomposição em uma casa de aluguel, foi levado para o Rio Grande do Sul. De Dourados até Santa Cruz do Sul são 16 horas de viagem. Em frente ao IML, amigos também deram adeus.

“Menino de coração bom”

“Ele sempre foi um menino batalhador e de coração bom! Estudou e se dedicou por muitos anos para conseguir se formar, contou com a ajuda de muitos da família para alcançar seu sonho”, disse o tio de Gabriel em Hernane Jandrey, em conversa com a reportagem do Midiamax.

O tio contou que falou por telefone pela última vez com Gabriel na quarta-feira (26) durante a tarde. ‘Já no domingo percebemos que haviam alguma coisa diferente nas mensagens. no primeiro momento achamos que seria golpe, mas que jamais teria esse desfecho trágico”, disse Jandrey.

Ele disse que está acompanhando tudo pelo noticiário. “Não tenho a menor noção do que possa ter acontecido. Até o momento ninguém da polícia de Mato Grosso do Sul entrou em contato comigo”, afirmou o tio de Gabriel, que agradeceu aos amigos pelas homenagens ao sobrinho.

Segundo Jandrey, Gabriel era filho único e de família pobre e conseguiu se formar com a ajuda de amigos, familiares e padrinho. Ele não tinha contato com o pai, que não assumiu sua paternidade. “Ele praticamente foi criado pelos padrinhos. Passou por muitas dificuldades, mas nunca desistiu dos seus sonhos”, relata o tio.

O sepultamento de Gabriel está programado para acontecer entre as 10 e 13 horas (horário do RS) no cemitério municipal de Santa Cruz do Sul.

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