Um advogado assumiu gratuitamente nesta quinta-feira (14) a defesa da mãe do bebê de quatro meses que caiu da janela de um apartamento, em Campo Grande, na noite desta quarta-feira (13).
Ela havia deixado as crianças sozinhas no apartamento e foi presa. Por isso, vizinhos da família se uniam em uma vaquinha para bancar um advogado para a mãe.
Após a repercussão do caso nas reportagens do Jornal Midiamax, ao menos 5 advogados procuraram a redação e se ofereceram para atender a mulher pro bono, ou seja, sem cobrar.
No entanto, não será preciso arrecadar dinheiro, já que o advogado Alfio Leão assumiu a defesa dela e não cobrará pelos serviços.
Advogado promete acompanhar caso até o fim
O advogado chegou até a mãe das três crianças por meio do Jornal Midiamax. Em menos de 24 horas, Alfio Leão já acompanhava a saída da mulher da cadeia.
Sozinha, três filhos, salário de R$ 1,3 mil e sem pensão alimentícia dos pais: esta é a realidade da família onde a tragédia aconteceu. Além dos efeitos econômicos, a ausência dos pais na criação dos filhos causa sobrecarga para as mães e traumas para as crianças.
Alfio Leão disse que a situação de vulnerabilidade retratada em reportagem do Midiamax o deixou solidário. Assim, o advogado dispensou a mãe dos honorários.
Além disso, se comprometeu a acompanhar o caso até o fim. “Se não tiver uma ajuda, num sentido jurídico, social, essas pessoas vão ficar à margem da sociedade, jogadas e abandonada. Isso é uma questão de política pública”, explicou ele.
Guarda continuará com a mãe e polícia lembrou dos pais
Segundo o advogado Alfio Leão, a guarda das crianças será mantida com a mãe.
Além disso, um pedido de pensão alimentícia será feito na Justiça, já que a mulher ganha como ajudante de serviços gerais o valor de R$ 1.300 e não recebe ajuda alguma dos pais das crianças.
Acesso à creche e escola para as crianças também está na lista de direitos a cobrar. A mulher vai prestar depoimento ainda nesta quinta (14), na delegacia.
A tragédia trouxe à tona discussão entre os leitores do Midiamax sobre como a cobrança pela responsabilidade com as crianças fica sempre concentrada nas mães. Além disso, os pais quase nunca respondem pela falta de amparo dos filhos.
A delegada Nelly Macedo informou que já ouviu testemunhas. E depois da repercussão do caso, tanto o pai da bebê como o das outras crianças terão que depor. A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul prometeu apurar também a responsabilidade dos homens pela ausência paterna.
“Podemos perceber que esta mãe estava sobrecarregada há algum tempo com três crianças sozinhas, então, vamos apurar uma possível responsabilização deles, e ver se estavam cumprindo com as obrigações”, disse a delegada.
