Beneficiários do Bolsa Família amanheceram na fila do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) do Noroeste, em Campo Grande, para atualizar os dados cadastrais do Bolsa Família, às vésperas do prazo final determinado pelo Governo Federal, esta quarta-feira (30). Nesta manhã, o movimento é tranquilo e sem lotação.
Segundo servidores, o atendimento acontece por demanda espontânea, das 7h às 11h e das 13h às 17h. Entretanto, o tempo de atendimento de um beneficiário varia e pode demorar cerca de 40 minutos, por análise de toda documentação. Com isso, a espera pode ser longa, caso um beneficiário chegue às 16h30, pode não conseguir ser atendido.
Isaura De Góes, de 63 anos, chegou à unidade antes da abertura do portão, por volta das 6h40, e já havia cinco pessoas na sua frente. Apesar de chegar cedo, ficou aguardando três horas na fila, às 9h30 ainda não tinha sido atendida. Ela sofre com artrite, artrose e osteoporose.
O Bolsa Família é a única renda que consegue e recebe desde fevereiro deste ano, após se aposentar das atividades de serviços gerais. “Minha vizinha me avisou [necessidade de atualização], vim ver se está tudo certo. Tomo remédio, quando não tem [no posto de saúde], tem que comprar. Recebo R$ 600”, descreve.
Nancy Gimenez, de 34 anos, é diarista e foi alertada pela central que havia inconsistência nos dados do cadastro, o sistema escolar indicava falta na frequência do filho de 14 anos, que estuda na região. “Recebo R$ 600 para aluguel e conta de luz. Recebo [benefício] desde dezembro do ano passado”.
O serviço também atende quem pretende voltar a receber o Bolsa Família, como Natividade Ruiz, de 59 anos, que perdeu o programa após ser empregada, entretanto, foi demitida e necessita do suporte. “Vim tentar de novo. Antigamente, recebia R$ 600 que ajudava a pagar luz e água”.
Suspensão de benefícios
Os beneficiários têm até quarta-feira (30) para agilizar a atualização dos dados cadastrais no programa. De forma geral, a suspensão considera a falta de atualização dos dados de cadastro ou descumprimento das regras do programa. A nova estrutura do Bolsa Família corrige distorções do programa anterior, o Auxílio Brasil, focando em famílias vulneráveis e em situação de pobreza.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, os principais motivos de bloqueio, cancelamento ou suspensão são:
- Famílias que não atualizaram os cadastros, por exemplo, mudaram de telefone ou endereço e não informaram a situação cadastral;
- Inconsistência de dados cadastrados no CadÚnico (Cadastro Único);
- Renda mensal de R$ 218 por pessoa por 24 meses;
- Ausência de saques;
- Famílias do Bolsa Família que solicitaram e receberam o Seguro Defeso, para pescadores artesanais;
- Falta de atualização cadastral em dois anos.
O que fazer para evitar problemas?
A família deve consultar a situação no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), Central do Cadastro Único, localizada no bairro Amambaí ou Centros de Convivência, e apresentar a justificativa a um técnico.
Entretanto, o beneficiário deve ficar atento à documentação necessária, pois há uma série de requisitos no programa social.