Sem alternativa, passageiros se acostumam com ônibus caro e serviço ruim em Campo Grande

Passagem do transporte coletivo da Capital passou de R$ 4,40 para R$ 4,65 a partir desta quarta-feira

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(Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

A passagem do transporte coletivo urbano de Campo Grande passou de R$ 4,40 para R$ 4,65 a partir desta quarta-feira (1º). O aumento representa R$ 0,25 a mais no bolso da população, que não vê melhorias na frota ou no serviço prestado.

Conforme apontado pelo Midiamax no início de fevereiro, o Consórcio Guaicurus acumula isenções milionárias há anos, sem renovar a frota de veículos desde 2019.

Os terminais de passageiros amanheceram neste primeiro dia de reajuste, como de costume, lotados de usuários do transporte coletivo insatisfeitos. Na lista de reclamações, entram a espera longa por ônibus com horários atrasados, pontos desprotegidos do sol e da chuva e uma frota sucateada que não dá conta da demanda da Capital, especialmente agora depois do retorno das aulas nas escolas públicas. 

Valor injusto

Jéssica Raiane Pereira da Silva, de 32 anos, avalia como injusto com a população o aumento de 5,68% no valor da passagem, já que não vê melhorias no serviço prestado pelo Consórcio Guaicurus.

“Esse horário das 7h, por exemplo, vem sempre cheio de estudantes que não pagam tarifa. A gente chega no terminal com o ônibus lotado de gente, além da precariedade do ônibus”, reclama a passageira. 

Já a diarista Marieta Moraes, de 60 anos, vê sua renda com as diárias “derretendo” quando coloca na ponta do lápis o valor da passagem do transporte coletivo. A depender do local, ela pega até três ônibus, sem conseguir fazer integração entre as linhas. 

“É um absurdo esse aumento. Eu faço diária e pago a passagem do meu próprio bolso. É um dinheiro considerável que é descontado da minha diária”, expõe a mulher. 

Qualidade da frota e atraso dos ônibus são reclamações frequentes dos passageiros. (Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

A insatisfação com o aumento do passe sem ver mudanças no serviço é semelhante entre os mais jovens. Wesley Gabriel, de 29 anos, trabalha como atendente de telemarketing e conta que foi surpreendido pelo novo valor do passe de ônibus nesta quarta-feira. 

“O ônibus está sempre cheio e se a gente colocar na ponta da caneta e ver as regras, a gente corre perigo andando em um ônibus tão cheio sem segurança”, ele acredita. 

Passagem técnica de R$ 5,80

O aumento da tarifa do transporte público coletivo de Campo Grande foi anunciado em 14 de fevereiro. 

Em janeiro deste ano, reunião do Conselho de Regulação aprovou aumento da tarifa técnica do transporte coletivo da Capital para R$ 5,80.

Esse é o valor que o Consórcio Guaicurus irá receber por passagem. Porém, o valor pago pela população é menor devido aos subsídios repassados pelo poder público.

A quantia atinge o teto de reajuste dos estudos feitos pela Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos).

Passageiros aguardam ônibus sem proteção do sol e da chuva. (Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

A prefeita Adriane Lopes (Patriota) afirmou que a Prefeitura fará repasses mensais de R$ 1,3 milhão para subsidiar o passe dos estudantes da Reme (Rede Municipal de Ensino). O valor se soma aos R$ 10 milhões anunciados pelo Governo do Estado para pagar a gratuidade de alunos da REE (Rede Estadual de Ensino).

De acordo com Adriane, o município buscará subsídio da União, que ano passado repassou R$ 11,7 milhões para custear o passe gratuito dos idosos. Caso o repasse seja feito, o Consórcio receberá acima de R$ 30 milhões somente para custear gratuidades.

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