Relatório expõe aumento da violência contra jornalistas mulheres; MS tem caso recente
Recentemente, um caso de violência contra jornalista mulher aconteceu dentro de uma redação de Campo Grande
Priscilla Peres –
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Relatório Sombra 2022 aponta aumento da violência contra jornalistas na América Latina. No Brasil, a rede Voces Del Sur (VDS) afirma que há alerta para violência de gênero, devido a 54 casos de ataques contra jornalistas mulheres.
Recentemente, um caso de violência contra jornalista mulher aconteceu dentro de uma redação de Campo Grande. A vítima registrou boletim de ocorrência após receber ameaças de um colega de trabalho, que teria se exaltado após discussões sobre futebol.
Presidente do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso do Sul, Walter Gonçalves Filho afirma que o relatório Sombra 2022 mostra situação preocupante e reflexo dos últimos quatro anos. “Quando nós jornalistas vivemos ataques frequentes, principalmente contra as mulheres. Assistimos a vários ataques e inclusive o sindicato interferiu várias vezes, desde a pandemia”.
Sobre o recente caso de violência contra uma jornalista mulher, ele destacou a questão de gênero e motivo fútil. “Um jornalista com cargo de editor ameaçou uma jornalista repórter, por motivo fútil. Ele se exaltou e ameaçou verbalmente a colega, imagina se fosse um assunto sério, o que ele faria?”, destacou o presidente.
Para Walter Filho, a situação é inadmissível sob qualquer aspecto e o Sindjor está à disposição para apoiar jornalistas vítimas de violência. “O Sindicato notificou a redação sobre o caso e colegas devem procurem a polícia e o sindicato, para que possamos ajudar a tomar medidas sérias. O sindicato está alerta”.
Jornalismo na América Latina
O relatório mostra que 2022 foi o ano mais letal para o exercício do jornalismo na América Latina. Com 31 jornalistas assassinados devido ao exercício da profissão e 1.953 vítimas de agressões físicas, atentados, destruição de equipamentos e ameaças, a região tem se mostrado cada vez mais hostil para o trabalho da imprensa.
No ano passado, 56% dos casos tiveram o Estado como agressor, uma preocupação que se soma ao aumento dos casos de discurso estigmatizante, que chega a 17% em toda a região e gera efeito de potencializar a violência.
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