De acordo com decisão da Justiça, o prazo que os indígenas que reivindicam área onde fica a fazenda Esperança 2, localizada no km 148 da BR-163, em Naviraí, termina nessa quinta-feira (9). Entretanto, após ser comunicado da liminar, o grupo se recusa a deixar o local e promete resistência.

“Nós não vamos sair daqui, eu dou minha palavra, nós temos o nosso direito de ser indígena. Vai ter 72 horas não, nós temos até a morte, nós vamos ficar aqui… Eles vão ter que aguentar ver nossa cara aqui… nós não vamos sair daqui”, disse uma das lideranças da comunidade.

A reportagem do Jornal Midiamax apurou que a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) entrou com medida pedindo efeito suspensivo na decisão entregue na última segunda-feira (6), mas até o momento não obteve resposta.

Caso não haja um novo posicionamento da Justiça Federal de Naviraí ou de outras instâncias, cerca de 30 famílias serão despejadas.

Segundo informações divulgadas pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), entrega da ordem judicial foi acompanhada por um número desproporcional e ostensivo de policiais e intimidou mulheres e crianças da comunidade.

“O oficial de justiça chegou juntamente com a Polícia Federal, a Força Nacional e teve lá a Polícia Militar. Os fazendeiros também estavam no dia [da entrega da ordem judicial]”, conta um membro da comunidade, de acordo com nota do Cimi.

A autorização do uso de forças policiais na reintegração de posse preocupa a comunidade, segundo o Cimi. “A truculência e a ilegalidade da Polícia MiIitar e da Força Nacional são velhas conhecidas das famílias de Santiago Kue e demais comunidades indígenas do Mato Grosso do Sul”, afirma um texto publicado na página do conselho.