Em protesto realizado na manhã deste domingo (02), amigos e familiares de Lucas Daniel Venâncio, 21, motociclista atropelado no cruzamento da Avenida Afonso Pena com Ernesto Geisel, se mobilizaram para pedir justiça pela morte do jovem. Lucas morreu após 30 dias internado na Santa Casa de Campo Grande.

Com cartazes e camisetas com o rosto do jovem, cerca de 30 pessoas se reuniram no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho para pedir mais segurança no trânsito de Campo Grande.

Para Silma Leal Venâncio, 42 anos, mãe de Lucas e organizadora do protesto, as leis são muito brandas para os condutores que dirigem sob efeito de álcool, o que torna mais propício à ocorrência de acidentes como o que vitimou Lucas.

“Por imprudência de um motorista eu perdi meu filho. Para mim, acidente é quando você cai de um banco. Se você bate em uma pessoa por negligência não é acidente. As leis precisam ser mudadas. A lei seca tem que ser zero % de álcool, não 0,13%”, lamenta a mãe.

Segundo a mãe, o jovem havia começado a trabalhar há dois meses, pois ela ficou doente e não podia trabalhar. Desde então, a maior parte do sustento da família era proveniente do trabalho de Lucas.

“Estamos com um advogado para recorrer à decisão porque o motorista está livre. Meu filho era trabalhador e tinha um filho de 1 ano que só de ver a foto lembra do pai. O Lucas tratava uma depressão e viu nesse emprego de entregador um meio de tirar a renda. Ele já estava tirando a Carteira de Motorista e sempre seguia as normas de trânsito”.

Silma ressalta que a vítima trabalhava para um aplicativo de entregas que prevê um auxílio de R$ 5 mil em casos de acidente. Contudo, como Lucas não tinha CNH (Carteira Nacional de Habilitação), a família optou por não ir atrás do benefício.

Protesto acidente motociclista
Cerca de 30 pessoas se reuniram para pedir mais segurança no trânsito Foto: (Henrique Arakaki, Midiamax)

O acidente

Na noite de 21 de maio, um motorista que estaria embriagado ocasionou um acidente no cruzamento entre as avenidas Afonso Pena e Ernesto Geisel.

Na época, testemunhas relataram ao Jornal Midiamax que ambos os envolvidos seguiam na Afonso Pena sentido Centro quando o carro virou para entrar na Ernesto Geisel e acabou colidindo com a moto.

“Estávamos atrás da Tacker. Ele estava na última faixa da esquerda. O semáforo estava aberto e ele parou o veículo dele totalmente no meio da pista, um pouco depois da faixa de pedestre! Começamos a reduzir o carro e ele virou para fazer a conversão para entrar na Ernesto, acelerando muito, tanto que o carro dele cantou pneu!”, descreveu uma testemunha.

Com o impacto, o entregador acabou parando no guard rail e o veículo bateu na parte mais elevada na calçada já na ponte do Rio Anhanduí.

Testemunhas afirmaram que o motorista do carro estava com sinais de embriaguez. O entregador foi atendido pelo Resgate do Corpo de Bombeiros e encaminhado para Santa Casa com politraumatismo. Lucas morreu 30 dias após dar entrada no hospital.