O protesto dos servidores públicos estaduais a favor da abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra a Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul) para investigar déficit de R$ 17 milhões já reúne manifestantes na manhã desta quinta-feira (3) em Campo Grande. Por isso, equipe da Polícia Militar chegou cedo à Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) para acompanhar movimentação e reforçar a segurança.

Conforme apuração do Jornal Midiamax, uma viatura está no local. Segundo policiais, equipe está desde cedo no local por conta do protesto, mas movimentação segue tranquila. Por ora, apenas uma viatura deve acompanhar a manifestação.

Além disso, a segurança patrimonial interna da assembleia foi reforçada. Cerca de cinco agentes se encontram no espaço para proteger qualquer tipo de depredação ou manifestação violenta.

Protesto contra a Cassems

Os servidores públicos estaduais marcaram uma manifestação na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), a favor do pedido de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra a Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul). O protesto na Alems começa oficialmente às 9h15. O grupo tem se mobilizado desde que foi anunciado reajuste do plano em assembleia, na última quinta-feira (27). 

Mais de 6 mil servidores estaduais descontentes organizaram uma comissão para entrar com medidas contra a decisão, como uma petição que já conta com mais de 3 mil assinaturas. Não é descartada a possibilidade pelo grupo de uma migração para outro plano de saúde. A comissão se organiza através de grupos de WhatsApp e Telegram.

Os servidores querem anular medidas que encareceram a mensalidade, como a contribuição fixa de R$ 45, limitada a R$ 180 por família, sobre tratamentos odontológicos e de outras terapias em que seja necessário o uso de materiais de OPME (Órtese, Prótese e Materiais Especiais).

Antes, o beneficiário que fazia uso desses tratamentos precisava desembolsar uma coparticipação de 20% de OPME. 

Nesse modelo antigo, em um procedimento em que a Cassems realizasse o investimento de R$ 205.222,00 na cobertura do OPME, a coparticipação do beneficiário, de 20%, neste caso equivale a R$ 41.044,40.

Contudo, os servidores alegam que essa mudança para a taxa fixa encarece acima de 40% o valor da contribuição. 

Pedido de CPI

Na última segunda-feira (31), o deputado estadual Rafael Tavares (PRTB) afirmou que pedirá a abertura de uma CPI para verificar um suposto déficit de R$ 17 milhões no caixa da Cassems e apurar o destino dos recursos, após observar inconsistências no Portal da Transparência.

O deputado explicou que o montante não está na prestação de contas do hospital e é preciso entender para onde foi o dinheiro. 

“Eles fecharam o ano passado com um superávit de cerca de R$ 18 milhões, agora queremos saber qual o motivo desse aumento no plano, uma vez que o balanço foi fechado pelo próprio presidente em R$ 18 milhões. Sem contar que, atualmente, R$ 17 milhões não constam no caixa”, detalha.

Em nota, a Cassems alegou que teve déficit de R$ 37 milhões. Ainda, o plano disse que em 2021 apresentou, pela primeira vez em sua história, resultado financeiro negativo. Nos anos seguintes, diante de epidemias de dengue, gripe, e outras doenças respiratórias, a operadora teria sofrido sobrecarga.

Na terça-feira (1º), Rafael Tavares pediu assinaturas dos colegas para a abertura da CPI. Contudo, o presidente da Alems, o deputado estadual Gerson Claro (PP), descartou a possibilidade de abrir o procedimento antes de convocar para uma reunião o presidente da Cassems, Ricardo Ayache. 

“Atendendo ao pedido, vou convidar o presidente da Cassems para uma reunião na sala da presidência. Na oportunidade, qualquer deputado poderá fazer perguntas. Essa Casa não é Casa da politicagem. Me comprometo a fazer esse convite. O mais breve possível. Até amanhã teremos essa reunião marcada”, afirmou.