As mãos de quem sonha com uma nova vida e liberdade ao passado trabalham na produção de 8 mil pães semanalmente no Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, em Campo Grande. Reeducandos que cumprem pena em regime semiaberto doam a produção para instituições filantrópicas e ao Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian).

Da fabricação, são doados 2,3 mil pães e 6,5 mil para consumo na penitenciária. São cerca de 180 empregados diretamente que atuam em seis oficinas de produção industrial. O hospital recebe diariamente 100 pães tradicionais destinados a pacientes do setor oncológico. Um lanche é oferecido durante o dia de consulta ou sessão de radioterapia.

“Muitas vezes o paciente chega bem cedo para o tratamento ou vem de outra cidade para ser atendido e acaba ficando com fome. Então é servido um lanche para tornar esse momento mais agradável. No início eles estavam tímidos, agora se servem do pão que é servido juntamente com café”, explica Mayara Rodrigues Mota, chefe da Unidade de Hematologia, Hemoterapia e Oncologia.

A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul) explica que a confecção vai além e inclui reformas de carrinhos de supermercados, empacotamento de erva de tereré, cozinha e produção de bolas e construção de churrasqueiras, com parceria de 450 detentos fora do presídio.

A rotina de trabalho conta com várias vertentes de serviço, como da construção civil. O objetivo é oferecer novos caminhos dignos para reeducandos.