Novo PAC promete concluir obras na Ernesto Geisel após R$ 36 milhões investidos e 12 anos de espera
Projeto de revitalização do complexo que corta Campo Grande de norte a sul é de 2011 e até hoje não foi concluído
Fábio Oruê –
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Cai encosta, despenca parede de concreto, mas a promessa é que assim que “cair” o dinheiro do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal para a continuidade das obras do Complexo Anhanduí, na Avenida Ernesto Geisel, tudo pare de despencar e o córrego flua sem levar o trabalho dos servidores e o dinheiro público rio abaixo.
A obra de drenagem no Rio Anhanduí, que corta Campo Grande pela Ernesto Geisel, faz parte do pacote de 14 obras anunciadas na última sexta-feira (11). Segundo divulgado pelo Planalto, será realizada prevenção a desastres com contenção de encostas e drenagem do Complexo Anhanduí, Cabaça e Areias.
O projeto de revitalização do Anhanduí é de 2011 e teve duas licitações e uma ordem de serviço assinadas e canceladas em 2012. Em 2014, também fracassou a segunda tentativa de licitação.
Calculou-se que seria preciso R$ 68 milhões para executar o projeto desde a Avenida Mato Grosso até o final da Avenida Ernesto Geisel, no Aero Rancho, com R$ 28 milhões de contrapartida.
Problema crônico
De 2011 para 2023, a obra sofreu com um cai-cai eterno, principalmente nas épocas de chuva intensa – entre outubro e março – quando a enxurrada e o solo úmido acabavam danificando parte do serviço já executado.
Nos primeiros dias deste ano, uma ‘megainundação’ surpreendeu os campo-grandenses durante uma chuva torrencial que durou toda a manhã e tarde do dia 4 de janeiro. A Ernesto – desde a rotatória da Rachid Neder até a região da Rua Jequitibá – ficou debaixo d’água.
Tudo isso porque o volume de água não foi suportado pelo escoamento do complexo – essa foi só uma das últimas vezes que o Rio Anhanduí transbordou, causando alguns estragos por todo o complexo.
Ainda neste ano, em abril, um ‘buracão’ chegou a completar mesversário, na região do Ginásio Guanandizão. “O buraco do Guanandizão está há três anos assim e não arrumaram. Esse está começando agora, deve ter dois meses. Atravessando a rua do Aquário tem outro trecho cedendo o asfalto, das árvores o buraco já entrou em baixo do asfalto”, disse um morador da região na época.
Em janeiro de 2022, placas de contenção caíram também após forte chuva em Campo Grande, cerca de dois meses após um acontecimento semelhante na mesma área.
O que falta?
Conforme o Portal +Obras, da Prefeitura de Campo Grande, o primeiro lote da obra, que compreende a Ernesto entre a Rua Santa Adélia e Abolição, está completo, o segundo em 59% (entre a Abolição e a Bom Sucesso) e o terceiro ainda em 51% (entre a Bom Sucesso e Rua do Aquário).
Ao todo, segundo o portal, R$ 36.093.303,95 já foram executados na obra. A Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) publicou edital de licitação para as obras de manejo sustentável de águas pluviais nas margens do Anhanduí, no último dia 17 de julho, no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande).
Nesta segunda etapa serão realizados entre as ruas Abolição e Bom Sucesso, muros de gabião para contenção de erosão na margem esquerda do córrego do Anhanduí, semelhante ao que já foi feito pela Prefeitura na margem direita.
De acordo com o Executivo Municipal, o trabalho é necessário para cessar o carreamento de materiais que servem de sustentação para a pista da Ernesto Geisel nesse trecho. Será feito ainda um trecho de ciclovia de 850 metros, reparação do asfalto em pontos da Ernesto e correção do leito do rio para prevenção de erosão junto à ponte da rua do Aquário com o objetivo de preservar as fundações da ponte. O prazo de conclusão é de 19 meses, a partir da Ordem de Serviço.
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