Lixões a céu aberto se multiplicam por todas as regiões de Campo Grande
Ruas obstruídas por entulhos e recipientes com água parada fazem parte da realidade de vários bairros
Clayton Neves –
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São ruas e calçadas obstruídas por mato alto e todo tipo de entulho que se imagina: resto de construções, roupas e calçados que não prestam mais, recipientes que são prato cheio para proliferação do mosquito da dengue e o clássico sofá velho, um dos itens mais encontrados nos ‘lixões’ a céu aberto que se amontoam por ruas de Campo Grande.
Nos últimos meses, tem se repetido reclamação de moradores sobre a limpeza de áreas públicas e privadas nas sete regiões da cidade. Em alguns casos, o acúmulo de lixo já dura anos e evidencia falta de manutenção e motivo para dor de cabeça em muita gente.
“Nosso direito de ir e vir cerceado, olha aí o que virou a rua do bairro. Não tem condições de passar. Que situação, que vergonha”. A reclamação é de morador da Vila Sobrinho.
Em vídeo enviado por ele, é possível notar trecho da Rua Coronel Miquelino Barbosa, entre as ruas Fernando de Noronha e Paulo Afonso. No local, mato e restos de entulhos saem de terreno e se espalham pelo asfalto, impedindo veículos de transitar. “Cadê o Poder Público para tirar o lixo da rua?”, questiona.
Perto dali, na Vila Ana Maria do Couto, a situação é a mesma e ainda pior. No cruzamento das ruas Mutum e Veturellis, calçadas foram “engolidas” por mato alto que virou ponto de descarte de todo tipo de lixo. Com a nova realidade, pedestres são obrigados a se arriscar na pista e dividir espaço com carros.
“Essa área verde é da Prefeitura e desde o ano passado está nessa situação. O mato invadiu a rua, está muito alto em toda a quadra e até o momento não tomaram providências”, comentou.
Segundo a linha de calçadas obstruídas, no cruzamento das ruas Takeo Taira e Jamil Basmage acúmulo de lixo formou montanhas por toda extensão do local que deveria servir para o trânsito de moradores.
“Incomoda os vizinhos pois serve de esconderijo para usuários de drogas, que na região são frequentes. O lixo só está acumulando e isso já tem dois meses”, comenta vizinho do espaço.
A mais de 24,7 quilômetros dali, em outro extremo da cidade, a situação se repete em terreno no Bairro Nova Jerusalém. “Está feio demais e já tem uns cinco assim, cheio de lixo. Já está aparecendo rato, aranha”, relata moradora que vive a poucos metros da área.
Na semana passada, reportagem do Jornal Midiamax registrou denúncia de moradores da Rua Clarice Lispector, no Tarsila do Amaral, que há quase dois anos convivem ao lado de terreno abandonado, que virou dor de cabeça por causa do descarte irregular de lixo e a falta de limpeza.
Além da sujeira e da aparição de insetos, uma das principais reclamações sobre o lixo acumulado é com a criação de ambiente propício para proliferação do mosquito da dengue, que encontra água parada em recipientes descartados por toda a cidade.
Só neste ano 303 pessoas já contraíram dengue em Campo Grande. No Estado, a doença matou duas pessoas e deixou outras 3.632 doentes.
O que diz a lei
Pela regra, o descarte irregular em locais proibidos pode render autuação na esfera administrativa, pelo Município, como na área penal, por crime ambiental.
Conforme o Código de Polícia Administrativa, previsto na Lei 2909/92, a multa para quem joga lixo em área proibida varia entre R$ 2.478,50 e 9.914,00 e é aplicada pela Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano).
Cabe também à Semadur notificar proprietários de terrenos particulares para fazer a limpeza dos espaços. Já em áreas públicas, o Município é responsável pela manutenção e fiscalização.
Em nota, a A Sisep informa que das áreas citadas, apenas a que fica na Rua Mutum com a Rua Venturellis, no Jardim Mathilde é pública. Ela será incluída na programação da Secretaria. As demais áreas serão encaminhadas para Semadur para que os responsáveis sejam notificados.
Confira alguns dos pontos citados na matéria
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