Meteorologia é matemática pura e formação acadêmica só existe fora de Mato Grosso do Sul

Atualmente, para se tornar um meteorologista, é necessário buscar formação em outros estados

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Imagens de satélite da Nasa são usadas pelo Cemtec (Foto: Reprodução, Cemtec)

A meteorologia, apesar de ser vista apenas como previsão do tempo, é uma ciência exata que exige muito conhecimento em matemática, para “traduzir” dados de satélites e repassar de forma que toda a população entenda.

Nesta quinta-feira (23), se comemora o dia da Ciência da Meteorologia e apesar da grande demanda pelo assunto em Mato Grosso do Sul não há formação específica na área no Centro-Oeste. Para se tornar um meteorologista, é necessário buscar formação em outros estados.

Mais do que saber se vai chover ou fazer sol amanhã, a meteorologia é usada como ciência para nortear a tomada de decisões de entidades e empresários, por exemplo. Em Mato Grosso do Sul, especificamente, os dados meteorológicos são bastante usados na agricultura.

(Foto: Reprodução/Cemtec)

Muito estudo em matemática

Meteorologista do Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima do Estado do Mato Grosso do Sul), Vinicius Sperling explica que meteorologia é matemática pura e que os dois primeiros anos da graduação são baseados em disciplinas de cálculo e física.

“São oito graduações em meteorologia apenas no país e nenhuma no Centro-Oeste. Para se ter mais ideia, a graduação tem mais carga horária de cálculo e física do que engenharia. O que faz com que poucos se formem. Na minha turma entraram 20 e formaram apenas quatro”, conta ele.

Vinícius se formou no Rio Grande do Sul, bem como sua companheira de trabalho e de vida, Valesca Fernandes. Os dois, atualmente no Cemtec/MS, são graduados, com mestrado e doutorado em meteorologia.

Satélite da Nasa é usado para a previsão do tempo em MS

O Cemtec faz monitoramento atualmente com satélites da Nasa. A agência aeroespacial norte-americana envia as imagens para o Inmet, que faz a divulgação no Brasil. O centro de monitoramento estadual recebe informações do Satélite GOES 16 que possui sensor de raios.

“Este é o primeiro satélite a ter imagens a cada 10 minutos. Antes, com o GOES 13, se tinha um furacão nos Estados Unidos, nós recebíamos imagens a cada três horas. Então, hoje nós sabemos onde estão as chuvas e os raios praticamente em tempo real”, relembra o meteorologista.

As informações dos satélites, estações meteorológicas e de radares são as ferramentas utilizadas para fazer o diagnóstico do tempo, como observar como ficou o tempo no dia anterior, como será o dia e as previsões para os dias ou horas seguintes.

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