O médico Ricardo Chauvet, de 61 anos, foi demitido das suas funções após afastamento por suspeita de cobrar para realizar cirurgia do SUS (Sistema Único de Saúde), em . Além disso, ele é acusado de estelionato sexual.

A demissão foi publicada nesta quarta-feira (26), no Diário Oficial. A decisão é resultado do PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar), realizado pelo município.

Ricardo Chauvet estava afastado de suas atividades por ordem judicial. Entretanto, o município de Corumbá pedia pelo retorno do acusado às suas funções.

Denúncias contra Ricardo Chauvet

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul denunciou em fevereiro de 2021 o médico Ricardo da Fonseca Chauvet por crimes de corrupção passiva e estelionato sexual.

O médico é acusado de violação sexual de uma paciente de 35 anos e por cobrar cirurgias realizadas pelo SUS, que deveriam ser gratuitas.

As alegações foram protocoladas pelo promotor Luciano Bordignon Conte, de Corumbá. O processo reúne as duas denúncias contra o autor, pedindo a condenação dos crimes.

Segundo investigações, 6 pacientes teriam sido cobrados indevidamente por cirurgias que foram realizadas de forma gratuita na maternidade da da Cidade Branca, somando o valor de R$ 18 mil.

Segundo o Ministério Público, Chauvet ainda se aproveitou da condição de médico e do estado de saúde debilitado de uma paciente para praticar um ato libidinoso contra ela ao simular um exame de toque.

Pelos crimes, a promotoria pede na Justiça a condenação do médico, com cumprimento da pena em regime fechado e ainda que seja decretada a perda do cargo público.

MPMS considerou ‘questionável' pedido para médico retornar às atividades

O médico chegou a ser afastado, mas o Município solicitou o retorno do profissional às atividades.

O promotor Luciano Bordignon Conte considerou a postura do Município de Corumbá ‘questionável' sobre o pedido de retorno do servidor afastado do cargo público.

“Notadamente diante do decurso temporal sem informação de providência administrativa e a justificativa de pagamento de vencimentos sem contraprestação de atividade laboral”.

Em novembro de 2022, o Procurador do Município solicitou o retorno das atividades do funcionário público. “Diante das provas já produzidas e da longa tramitação do processo, o Município requer o retorno do profissional ao serviço público, após a devida manifestação e eventual concordância do Ministério Público Estadual, considerando, ainda, que o réu continua exercendo a profissão”, pontuou procurador na ocasião.

O promotor considerou que a administração pública pode corrigir eventuais falhas ou vícios nos atos administrativos por vontade própria, “evitando a necessidade de ajuizamento de ação perante o Poder Judiciário”.

Conforme a determinação, o Município deverá ser informado do procedimento e o Corregedor-Geral deverá informar sobre o procedimento disciplinar instaurado contra o médico. Na época, o promotor estabeleceu prazo de 10 dias para que respostas sejam dadas.

O médico então teria retornado às atividades e recebe de R$ 11.907 por mês, conforme informações do do Município.