Dengue chega a todas as cidades de Mato Grosso do Sul e 80% estão em situação crítica

Casos da doença foram notificados em todas as 79 cidades

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Dengue
(Foto: Arquivo, Jornal Midiamax)

Até a semana passada, Jateí se destacava como o único município sul-mato-grossense sem casos prováveis de dengue neste ano. Contudo, conforme boletim epidemiológico divulgado ontem (14) pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), a cidade também entra para a lista e muda o cenário da doença no Estado. Agora, quadros de dengue já são realidade nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul.

No ranking, Campo Grande lidera com maior quantidade de casos prováveis, 3.695 ao todo. Na sequência, aparecem Corumbá com 3.141, Três Lagoas com 3.036, Sidrolândia que soma 1.123 casos e Itaporã com 1.077.

Na outra margem, Paraíso das Águas, Iguatemi, Eldorado, são as cidades com menos casos, 4,5 e 10, respectivamente. 

No comparativo com o total da população, 63 cidades, o que representa 79% de todos os municípios do Estado, estão em situação crítica por apresentarem alta média incidência de casos por morador. Antônio João, Bodoquena, Alcinópolis e Batayporã têm o pior desempenho e apenas Ribas do Rio Pardo, Eldorado, Paraíso das Águas e Iguatemi estão na faixa verde, ainda com a doença sob controle. 

Na última semana, quatro novos óbitos por dengue foram registrados em Mato Grosso do Sul, entre eles, o de uma adolescente de 17 anos. De acordo com a SES, outras seis mortes estão em investigação. 

Só nos quatro primeiros meses de 2023, 26.483 casos prováveis foram notificados no Estado. Com o desempenho, os números se aproximam do total registrado durante todo o ano passado, quando foram contabilizados 26.548.

Além disso, são 12.993 confirmações da doença neste ano, revelando considerável avanço da doença que se espalha em meio a caos no sistema de saúde, que lida com lotação de pacientes com síndromes respiratórias e falta de leitos para atender à demanda. 

Sintomas da doença

Dengue é uma doença causada por vírus e transmitida, principalmente, pela picada de um mosquito da família Aedes, em especial o Aedes aegypti. As causas da dengue podem estar relacionadas à água parada, com desenvolvimento do mosquito. Por isso, ocorrem as ações de conscientização da Saúde e fiscalização nas residências.

Conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), existem sintomas clássicos da dengue, como dores nas articulações e olhos, fraqueza, dores de cabeça e febre, contudo o diagnóstico deve ser feito durante atendimento médico.

Orientações

Caixas d’água, cisternas, tonéis, tambores e filtros necessitam ser tampados. Até mesmo reservatórios de eletrodomésticos devem passar por uma vigilância frequente, como é o caso de geladeiras e climatizadores.

Verifique se a sua geladeira tem um coletor de água do degelo automático (fica na parte de trás, perto do motor). Caso tenha, é preciso limpar com água e sabão a bandeja onde a água é acumulada, pelo menos uma vez por semana. No caso de climatizadores ou aparelhos de ar-condicionado, é necessário retirar o compartimento, esvaziá-lo e lavá-lo.

Ralos limpos e com aplicação de tela evitam o surgimento de criadouros. Além disso, é importante saber que a água com larvas não deve ser derramada em ralos ou na pia – lugares que podem gerar acúmulo –, mas sim na terra ou no cimento quente.

Um modo de prevenir criadouros é descartar objetos no lugar correto e levar o lixo para fora de casa somente no dia da coleta, por exemplo. Recipientes e sacos plásticos, garrafas, latas, sucatas, ferro-velho, entulhos em construção, tudo isso pode ser foco do mosquito.

Furar o fundo das latas e, se possível, amassar, tampar latas de tinta e deixá-las em local adequado, enviar sacos plásticos para reciclagem, amassar copos descartáveis e manter garrafas com tampas ou viradas para baixo são algumas medidas que podem ajudar a eliminar o acúmulo de água.

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