Insatisfeitos com a gestão do atual cacique, indígenas da Aldeia LaLima, em Miranda, protestam na sede da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) de Campo Grande, na manhã desta quarta-feira (21), reivindicando o reconhecimento do novo cacique eleito internamente.

Cerca de 20 moradores estão reunidos na frente do órgão para que a ata da assembleia seja certificada. Gilson Pinheiro Gomes foi escolhido em votação no dia 23 de maio e posse estava prevista para 2 de junho. Entretanto, a atual liderança se recusa a sair do cargo.

“Houve negligência na comunidade, três vezes que viemos para o servidor carimbar a ata, mas não querem. Está acontecendo coisas erradas lá, na educação e saúde, virou bagunça. [Na assembleia], ele rasgou a ata. Houve briga e desentendimento. Ele tem várias funções na aldeia, professor e coordenador. Acusamos ele e temos provas de que ele extrai madeira ilegalmente da aldeia e vende”, disse.

Pelas redes sociais, o atual cacique diz que o mandado disputou eleições com três candidatos e foi eleito para mandado até 2025. “Não estou brigando por causa de cargo, bem claro. Não tenho nada contra ninguém, pois moramos em uma só comunidade”, escreveu. Gilson refuta dizendo que não souberam de eleições e teriam sido feitas sem conhecimento dos indígenas.

“Ele Já está no cargo há seis anos, fizeram [posse] por eles [fundação] e renovaram sem a comunidade saber. Quando descobrimos, ele rasgou a ata. Ele está apoiando extração ilegal na aldeia, é muito grave, depredando. Enquanto tiver um índio vivo na aldeia, vamos brigar pela nossa preservação da nossa terra. Está desrespeitando a tradição dos nossos anciões, mulheres e crianças”.