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Cotidiano

Deixar de lado estes hábitos pode salvar sua vida no calorão de até 40ºC em Mato Grosso do Sul

Com esse calor, até as pessoas que não têm problemas respiratórias ou cardiovasculares podem acabar passando mal
Fábio Oruê - Publicado em
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calorão
(Arquivo, Jornal Midiamax)

Baixou a pressão aí? As temperaturas estão beirando os 40°C em Mato Grosso do Sul nesta semana e muita gente tem relatado ter se sentido “mal de calor”. Por isso, a atenção deve ser redobrada com a saúde com as altas temperaturas.

De acordo com o clínico-geral Renato Figueiredo, o calor em conjunto com a umidade relativa do ar pode causar mal-estar até nas pessoas consideradas “saudáveis” – que não apresentam doenças respiratórias ou cardiovasculares.

Por isso, alguns hábitos devem ser deixados de lado para evitar sofrer com as consequências da desidratação, que é a principal causa de problemas nesse período de altas temperaturas e baixa umidade no ar.

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É preciso evitar sair quando sol está muito quente (Marcos Ermínio, Jornal Midiamax)

Baixa umidade do ar

Cidades de Mato Grosso do Sul registraram no fim de semana umidade relativa do ar com sensação desértica de 15%. O Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) indica que Água Clara liderou baixa umidade, além de calor de 37,4°C. Em seguida, está Sonora (16%), Coxim (16%), Paranaíba (17%), Sidrolândia (18%), Três Lagoas (18%) e Bataguassu (19%).

O monitoramento indica considerável amplitude térmica, que é a diferença entre as temperaturas máxima e mínima. Água Clara amanheceu com 12,8°C e alcançou 37°C em poucas horas, uma elevação de 24,6°C. Porto Murtinho teve mínima de 18,5°C e máxima de 37,4°C.

Como evitar problemas no calor?

Certos hábitos, se deixados de lado, podem salvar vidas, já que, segundo o médico, é muito comum nessa época do ano que as pessoas se sintam mal por conta do calor excessivo. “A gente tem muita gente chegando com os mesmos sintomas nos postos de saúde causados pelas altas temperaturas. Acontece bastante”, conta ao Jornal Midiamax.

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Temperaturas estão quase chegando a 40°C (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Manter o bem-estar mesmo no calor pode ser alcançado com ações simples. “A principal dica é se hidratar, consumir bastante água. Às vezes, as pessoas acham que sucos ou refrigerantes podem suprir, mas não, tem que ser água”, explica Figueiredo ao Jornal Midiamax.

Segundo ele, um adulto com peso em 70 kg e 80 kg deve consumir de 2,5 a 3 litros de água por dia. O profissional aconselha atenção especial para crianças e idosos nesse período. “Esses dois grupos não costumam pedir água, então é importante que outra pessoa sempre esteja oferecendo para que eles mantenham a hidratação”, alerta. 

O clínico também aconselha a população que evite sair no horário de pico do sol, quando a temperatura é geralmente mais alta e o sol mais quente, entre 10h e 16h. “Quem faz exercícios deve evitar fazer fora desse horário e estar sempre com uma garrafinha de água para se hidratar”, recomendou. Além de sempre usar protetor solar para proteger a pele do sol quente.

Renato explicou à reportagem que no calor o corpo tende a perder mais líquido com o suor para tentar manter a temperatura corporal, mesmo que a pessoa esteja em casa e na sombra, por isso sempre se deve manter a hidratação.

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Alguns hábitos devem ser evitados quando está muito calor (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Mal-estar

Mesmo seguindo essas dicas e deixando os hábitos – como não beber água ou sair em horários muito quentes – de lado, ainda é importante saber como agir ao passar mal em um ambiente quente ou até mesmo se presenciar alguém com mal-estar.

“Se a pessoa estiver na rua e começar a passar mal, a primeira coisa a se fazer é levá-la para um lugar fresco e arejado e colocá-la sentada ou deitada, dependendo do grau do mal-estar”, orientou Figueiredo.

Quando ela estiver em segurança, é preciso acionar o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que irá orientar o solicitante quanto aos procedimentos e também atender o paciente.

O mesmo vale se a própria pessoa passar mal: sentar ou deitar em um lugar adequado e chamar o socorro. Os números disponíveis para resgate são o 193, para acionar o Corpo de Bombeiros, e o 192, para o Samu.

Hipertermia

Com o calor excessivo registrado nos últimos dias, casos de mortes por hipertermia têm se tornado cada vez mais recorrentes ao redor do mundo. A hipertermia ocorre quando o corpo atinge uma temperatura mais elevada do que a normal, levando a graves desequilíbrios.

Na hipertermia, a temperatura corporal chega a ultrapassar os 40°C, que, em condições normais, varia entre 36,6°C e 37,6°C. Segundo o médico cardiologista Guilherme Luís Bertão, ao contrário da hipotermia que é quando a temperatura do corpo se encontra abaixo dos 35°C, a hipertermia ocorre quando o corpo produz mais calor do que é capaz de dissipar.

Morte de candidato em TAF

Na última quinta-feira (3), um candidato do concurso da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Arthur Matheus Martins Rosa, morreu após passar mal e desmaiar durante a prova do TAF (Teste de Aptidão Física).

Imagens divulgadas revelaram a exaustão dos participantes diante de calor e baixa umidade do ar na Capital. Sobre o caso, o médico ressalta que quando a temperatura interna do corpo aumenta excessivamente, os processos metabólicos e as funções celulares podem ser comprometidos.

“Isso pode causar danos em órgãos vitais, como cérebro, rins e coração, podendo levar a pessoa a apresentar, por exemplo, arritmias cardíacas, com quadros de desmaios e até morte nas situações mais graves”, ressaltou.

“A hipertermia é uma condição em que o corpo humano fica excessivamente quente devido a uma falha no mecanismo de regulação da temperatura corporal”, destacou.

Por influência do fenômeno El Niño, que eleva as temperaturas e ocasiona mais chuvas, os termômetros podem ficar próximo dos 40°C em agosto. Além da hipertermia, a exposição prolongada ao calor e a baixa umidade podem levar à desidratação, insolação e exaustão pelo calor.

“Nesse tempo é comum percebermos nossa pele mais seca, nossa pressão arterial estará mais baixa, além de sintomas de tonturas, náuseas e indisposição”, destaca Bertão.

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