Família faz vaquinha para filho de motociclista morto por S10 e pede justiça: ‘inconformados’
Nestor, que foi atropelado por uma caminhonete Chevrolet S10, era responsável por custear o tratamento do filho, diagnosticado com autismo
Thalya Godoy –
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A família de Nestor Almeida Santos, motociclista que morreu após ser atropelado por uma caminhonete Chevrolet S10 no bairro Tijuca, em 29 de outubro, realiza uma vaquinha para custear o tratamento do filho único do fisioterapeuta, que foi diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Rafaela Oliveira Cortes, de 25 anos, é mãe de Miguel, de quatro anos, autista não-verbal. Ela conta que Nestor era muito presente na vida do filho, apesar dos dois não estarem mais juntos como casal.
“Nestor era responsável, nunca colocou o Miguel na moto, sempre trazia ele de Uber. Ele não era de ingerir bebida, estava certo e infelizmente foi atropelado”, ela lamenta.
Família pede justiça por Nestor
Além disso, a mulher conta que ela e o filho sentem a falta do fisioterapeuta em vários momentos do dia. No último final de semana, levou o menino até a uma UPA devido a uma dor na garganta e Rafaela se sentiu um pouco perdida, já que Nestor sempre acompanhava o filho nas consultas.
“O médico disse que a dor poderia ser até emocional. Como ele não fala, a gente não sabe como está digerindo essa informação. A gente teve mais gastos com medicação. Ele ficou doente e tive que gastar mais ainda”, ela relata.
Nestor foi enterrado na cidade natal, em Anastácio, distante a 137 km de Campo Grande. A família está muito abalada com a partida prematura do filho e pede justiça por Nestor.
O motorista da caminhonete que atropelou e matou o fisioterapeuta foi solto dias depois do acidente. O teste do bafômetro apontou embriaguez ao volante.
“Eu queria reforçar aqui o pedido de justiça porque parece que a situação foi esquecida. Tiraram a vida do pai do Miguel que provia o tratamento dele e eu não consigo trabalhar para poder acompanhá-lo nas terapias. Está todo mundo inconformado com sentimento de revolta. Tiraram o Nestor da gente e nada que fizeram vai devolver”, afirma Rafaela.
Bom filho e bom pai
O fisioterapeuta, que faleceu aos 29 anos, era responsável por manter o tratamento de Miguel. O menino faz diversas terapias, como intervenção em ABA (Análise do Comportamento Aplicada), fonoaudiologia, terapia ocupacional e tratamento psicológico.
Parte do tratamento é feito na rede pública de saúde, mas como o quadro de Miguel é mais severo, algumas terapias são feitas pelo particular. Ela e o filho moram na casa da mãe de Rafaela, que dá assistência com alimentação e moradia.
“Miguel é autista e estamos investigando o nível de suporte, mas a idade de comportamento dele é de dois anos. Ele tem atraso significativo e não fala. Agora ele está aprendendo a comunicar o que quer e não para quieto, o que demanda muito tempo da gente”, ela conta.
Com a morte de Nestor, que custeava o tratamento de Miguel, Rafaela realiza uma vaquinha para poder continuar cuidando do filho enquanto aguarda o seguro DPVAT e a pensão por morte.
Os interessados em ajudar a família, podem fazer por meio da vaquinha clicando aqui.
Também é possível ajudar por PIX:
- Chave: rafa.oliveiracortes@gmail.com
- Banco: Inter
- Nome: Rafaela Oliveira Cortes
Sobre o acidente
O motorista da caminhonete, de 32 anos, que desrespeitou a preferencial e atropelou Nestor e um casal que estava em outra motocicleta, confessou ter ingerido uma lata de cerveja antes do acidente. Ele realizou o teste do bafômetro que deu positivo para embriaguez ao volante.
A colisão aconteceu na noite de 29 de outubro, no bairro Tijuca, em Campo Grande. A caminhonete S-10, onde havia três ocupantes, seguia pela Rua Dinamarca e não respeitou a preferencial.
Nestor transitava pela Rua Souto Maior, em direção ao Coophavila, quando foi atingido. Casal que ia pela Souto Maior, no sentido contrário, também foi atingido pelo veículo.
O motorista da caminhonete foi solto dois dias depois na audiência de custódia mediante o uso de tornozeleira eletrônica por 90 dias, comparecer no Caps (Centro de Atenção Psicossocial) e ainda realizar um curso de reciclagem no Detran voltado a condutores flagrados sob efeito de álcool.
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