Falta de fiscalização e imprudência transformam Cônsul Assaf Trad em ‘avenida da morte’

Quem trafega pela via acredita que sinalização e fiscalização mais intensas poderiam ‘barrar’ excessos no trânsito

Gabriel Neves – 20/09/2023 – 13:41

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acidente avenida da morte
Avenida registrou três acidentes em apenas um dia. (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Grande fluxo de veículos aliado ao desrespeito às leis de trânsito e falta de fiscalização transformam a Cônsul Assaf Trad, em Campo Grande, na ‘avenida da morte’. Recentemente, o motociclista Augusto Rodrigues Júnior, de 29 anos, morreu após bater na traseira de um carro e ser atropelado por um ônibus – o Consórcio Guaicurus afirma que a vítima teria ‘escorregado’ e ido parar embaixo do veículo.

Como uma das principais avenidas que liga o Centro a bairros da região norte de Campo Grande, é grande o fluxo de veículos que transitam pelo local, principalmente em horários de ‘pico’. Cenário que culminou em três acidentes em poucas horas, um deles fatal.

Para aqueles que transitam ou observam o trânsito na avenida, o motivo é claro: falta de conscientização de motoristas, somado com a falta de fiscalização do poder público.

José da Silva Alencar, que trabalha como pedreiro, é uma das vítimas dessa realidade. Ele conta, ao mostrar uma cicatriz na perna, o dia em que foi derrubado de sua moto por imprudência de uma caminhonete.

José reclama da velocidade e falta de respeito de motoristas. (Alicce Rodrigues, Midiamax)

“O pessoal não respeita ninguém não. A pessoa está sempre com pressa, entra 7h no trabalho e sai 6h50 de casa, aí não tem como mesmo”, disse o motociclista.

A reclamação não é única. Luciene Molina, comerciante em trailer na lateral da avenida há anos, conta que motoristas de camionetes e motociclistas são os que mais correm na via.

“O pessoal corre muito, as motos parecem que querem voar e as camionetes também abusam muito. A tendência é que causem mais acidentes né. Esses dias vi um rapaz empinando, procurando a morte né”, complementou a comerciante.

Mais vulneráveis, motociclistas pedem mais sinalização

Para aqueles que andam todos os dias pela Avenida Cônsul Assaf Trad, a falta de fiscalização é um dos problemas que fomenta a velocidade em que as pessoas trafegam na via.

Romildo dos Santos atua como mototáxi na região e acredita que radares ou quebra-molas poderiam reduzir o número de colisões.

“Falta tudo, mas um quebra-molas, alguns radares poderiam ajudar. Além da conscientização dos motoristas. A galera precisa dar uma segurada”, disse.

Para José da Silva, o fluxo da via aumenta a cada ano, facilitando a ocorrência de acidentes. “Agora está pior, no horário de pico é muita gente andando por aqui. Se tiver uma sinalização, vai orientar melhor e as pessoas vão dirigir com mais cuidado”.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Campo Grande relatando as reclamações dos motociclistas, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto.

Homem morre em acidente na Cônsul Assaf Trad

Augusto Rodrigues Júnior morreu na manhã de terça-feira (20), quando estava indo trabalhar como pedreiro em uma obra na região da avenida Cônsul Assaf Trad. Ele teria batido na traseira de um Fiat Fiorino.

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Acidente aconteceu na Cônsul Assaf Trad (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

O motociclista seguia sentido centro quando se desequilibrou e acabou batendo no carro, caindo no asfalto. Informações são de que ele teria sido atropelado por um ônibus.

Entretanto, o motorista do ônibus foi embora. As duas vias do trânsito ficaram interditadas e a perícia foi para o local. Partes da motocicleta ficaram espalhadas no asfalto.

Menina é atropelada na mesma avenida

No mesmo local, uma menina de 11 anos foi atropelada por uma picape enquanto atravessava a Avenida Consul Assaf Trad. O acidente ocorreu próximo à colisão que matou o motociclista Augusto Rodrigues Júnior, de 29 anos.

Segundo testemunhas, a menina atravessa a rua de bicicleta quando foi atingida por uma picape. O motorista ficou no local e aguardou pelo resgate.

A mãe da vítima, Maísa Pereira Almeida, de 46 anos, contou que a filha saiu de casa para ver o acidente envolvendo Augusto. Ao atravessar a rua para voltar para casa acabou atingida pelo veículo.

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