Estudo aponta que 19 onças-pintadas morreram em rodovia que ‘corta’ o Pantanal e será cercada

Levantamento do Programa Felinos Pantaneiros, do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), apontou que 19 onças-pintadas morreram na BR-262, no trecho entre Corumbá e Miranda, em Mato Grosso do Sul, nos últimos sete anos. Neste ano, três também já perderam a vida vítima de atropelamentos na região. Ou seja, a cada ano, o número foi só aumentando […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
IHP (Divulgação)

Levantamento do Programa Felinos Pantaneiros, do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), apontou que 19 onças-pintadas morreram na BR-262, no trecho entre Corumbá e Miranda, em Mato Grosso do Sul, nos últimos sete anos.

Neste ano, três também já perderam a vida vítima de atropelamentos na região. Ou seja, a cada ano, o número foi só aumentando e, para mitigar o problema, a rodovia será cercada em 18 trechos e terá sete metros de desmate de cada lado.

Ao Jornal Midiamax o Instituto explicou que as chuvas mais constantes e aumento de áreas alagadas tendem a gerar maior movimentação de animais silvestres nesta rodovia, que corta o meio do Pantanal sul-mato-grossense.

Em fevereiro deste ano, moradores da região também solicitaram parcerias e tanto o IHP como a PMA (Polícia Militar Ambiental) e a PRF (Polícia Rodoviária Federal) reforçaram ações educativas com motoristas, nos trechos considerados mais críticos. Uma delas

500 caminhões transitam por dia na região

Ação explicativa com caminhoneiros que passam pela BR-262. (IHP/Divulgação)

Outro dado levantado, segundo estimativa de empresas do setor de transporte, é que cerca de 500 caminhões transitam diariamente na região.

Desta forma, parceria do IHP com a MCR (Mineração Corumbaense Reunida) realiza palestras sobre a fauna presente ali. A PMA ainda colabora no sentido de demonstrar animais taxidermizados.

“Nós conversamos com os caminhoneiros e também explicamos curiosidades sobre o comportamento das onças-pintadas e de outros animais, ressaltando os prejuízos que podem ocorrer no bioma com os atropelamentos e os danos ao Pantanal”, afirmou o médico veterinário do IHP, Geovani Tonolli.

Segundo Tonolli, estes são profissionais que “conhecem muito bem o trecho” e a intenção é mostrar para eles como o farol contribui para cegar os animais e, ao invés de espantá-los da rodovia, deixam eles imóveis. Também foram apontados trechos com maior preocupação, áreas com registro de mata e que pode ter maior incidência de animais atravessando a pista, ainda de acordo com o médico veterinário.

Câmeras trap foram instaladas em pontes

Câmeras trap foram instaladas em algumas pontes da rodovia. (IHP/Divulgação)

Além do trabalho de sensibilização, o IHP também afirmou instalar “armadilhas fotográficas” em pontes de vazante entre Corumbá e Miranda. Tal recurso servirá para um estudo, ainda em fase de coleta de dados e que deve identificar se as pontes de vazantes podem ser usadas como passagem da fauna silvestre.

Ao todo, existem cerca de 60 pontes na rodovia e que podem servir de corredor para a fauna utilizar em detrimento da pista de rodagem. Com isto, os estudos devem ser realizados para averiguar a viabilidade desse sistema.

Animais silvestres transitando na região. (IHP/Divulgação)

Também médica veterinária do Instituto, Mariana Queiróz explicou que os pontos, onde as câmeras traps foram instaladas, foram vistoriados previamente.

“Um dos locais escolhidos, por exemplo, foi identificado porque notamos que serve de passagem para animais silvestres. Encontramos ali pegadas frescas, o que mostra que esses animais estão se utilizando dali. Notamos também uma trilha onde estão transitando. Encontramos pegadas de anta, veado, quati. As câmeras, agora, vão ajudar nesse monitoramento da fauna pantaneira que usa essas pontes como passagem”, finalizou.

Leia também:

Para reduzir atropelamentos de animais no Pantanal, BR-262 terá 7 metros desmatados de cada lado

Conteúdos relacionados

Empregos