Segue em estado grave a criança de 3 anos picada por um escorpião na madrugada desta segunda-feira (25), em , a 97km de Campo Grande. O incidente ocorreu enquanto a dormia em casa, no bairro do Trabalhado. O caso ocorreu um mês após uma criança morrer por também ser picada.

Vanessa Ramirez, mãe da criança, expressou sua angústia em uma entrevista ao Jornal Midiamax, mas mantém a fé na recuperação da filha. “Sinto que estou vivendo um pesadelo e mal posso esperar para acordar dele”, disse.

Segundo a mãe, o incidente aconteceu por volta da 1h da manhã, quando ela acordou com os gritos da filha. Ao entrar no quarto, encontrou o escorpião nas costas da criança. O animal foi rapidamente eliminado, e a criança foi levada ao Hospital Municipal Dr. José Maria Marques Domingues. Devido à gravidade da situação, ela foi transferida para a Santa Casa de Campo Grande.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Ribas do Rio Pardo informou que a criança foi prontamente atendida pelos profissionais de plantão no Hospital Municipal, recebeu tratamento com soro e, posteriormente, foi transferida para Campo Grande.

“Como em todas as picadas de escorpiões, a criança chegou ao hospital sudoreica, pele fria, apresentou quadro de vômito, sialorreia, agitação, gemente com piora progressiva, rebaixamento do nível de consciência e hipotermia”, informou a pasta.

Conforme a secretaria, devido à da criança, o caso é considerado grave, mas, até o momento, ela passa bem.

Corrente de oração

Na torcida pela recuperação da criança, amigos e familiares estão promovendo uma corrente de oração, divulgada por meio das redes sociais.

“Peço a todos encarecidamente que nos ajudem em uma corrente de orações para a pequena Maria, teve várias picadas de escorpião, está em estado grave em Campo Grande. Que Deus de esse livramento para esse anjinho”, diz a mensagem compartilhada nas redes sociais.

Segundo caso em um mês

Pietro faleceu uma semana depois de ser picado pelo escorpião. (Reprodução Redes Sociais)

O caso, confirmado nesta segunda-feira (25), é o segundo registrado na cidade em um mês. Em 22 de agosto, Pyetro Gabriel Arguelho, morreu após ser picado por um escorpião, em Ribas do Rio Pardo. A criança de 5 anos foi ferroada pelo animal peçonhento quando calçava o sapato para ir à escola e faleceu no Hospital Regional, em Campo Grande.

Ele teria sido encaminhado primeiramente para o Hospital Municipal Dr. José Maria Marques Domingues, mas foi transferido para a Capital devido à gravidade do caso.

Prefeitura diz que mantém ações preventivas na cidade

Conforme a prefeitura de Ribas do Rio Pardo, as ações para prevenir a proliferação de escorpiões são realizadas durante todo o ano, em parceria com à vigilância sanitária e a (Secretaria Municipal de Infraestrutura).

“Há campanhas publicitárias nas rádios, sites locais, mutirões em todos os bairros semanalmente. Também fazemos a divulgação por carros de som, trabalho nas escolas
e visitas em empresas e comércios em geral”, destacou a prefeitura.

Procure um médico

CCZ intensifica ação em bairros (Foto: reprodução, Agência Brasil)

Levantamento do Civitox MS (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica de Mato Grosso do Sul) aponta 3.205 ataques de escorpiões em 2022, sendo 1.101 em Campo Grande.

O responsável clínico do Civitox MS e professor adjunto de dermatologia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Alexandre Moretti de Lima, explica que a primeira coisa a fazer após uma picada de escorpião é procurar imediatamente o atendimento de emergência para verificar a gravidade do acidente.

“É importante levar o escorpião porque no posto de saúde vai tirar foto e mandar para os biólogos do Civitox para analisar a espécie”, ele orienta.

Geralmente, com o uso de pá ou vassouras, as pessoas empurram o escorpião para dentro de um frasco.

Alexandre afirma que a maioria dos casos é leve e os tratamentos geralmente são para dor. Contudo, há uma parte de casos moderados e graves que necessitam de soro antiescorpiônico.

Como evitar o escorpião?

Campo Grande ainda não vive a época mais propícia para aparecimento de escorpiões, que seriam primavera e verão. Contudo, como o inverno no Estado tem a tendência de ser mais quente, alguns animais saem das tocas, bueiros, esgotos e caixas de gordura à procura de alimentos.

“É importante manter o condicionamento dos lixos sempre fechados, armazenados em locais específicos, evitar entulhos, deixar sempre limpo terrenos baldios. Em casa, é fundamental fechar ralo, frestas, colocar água sanitária nos ralos, nos buraquinhos em que eles podem sair, diminuindo a proliferação”, explica o especialista.

Todas essas dicas são importantes para evitar o aparecimento de escorpiões e dos insetos, como baratas e moscas – que são os alimentos do animal peçonhento.

“A dedetização ajuda a controlar os insetos. Se controla os alimentos, você não traz o escorpião para próximo do ser humano”, afirma Alexandre.

Ele também ressalta a importância de monitorar as crianças, já que elas são as mais vulneráveis para casos graves. Os sintomas iniciais que indicam sinal da gravidade são náuseas, vômitos, salivação e palidez.

Para orientação ou tirar dúvidas, os telefones do Civitox são (67) 3386-8655, 0800-722-6001 e 150.