Em meio às tratativas para discutir o déficit milionário da Cassems, que prevê um valor de R$ 17 milhões, servidores estaduais que protestam contra o aumento da mensalidade esperam novo valor do plano para decidirem se compensa, ou não, a permanência na Cassems.

Segundo Elder Mendes, sargento e presidente da ABMMS (Associação das Praças e Oficiais Oriundos das Praças do Corpo de Bombeiros de MS), a categoria aguarda cotação do plano de saúde para repassar o valor final aos associados. “Acredito que essa semana nós já teremos a cotação. Existe diferença de valores entre os servidores”, explica.

Ainda conforme o representante, servidores analisarão a cotação porque vão ver se compensa permanecer na Cassems ou procurar outros convênios devido ao valor. Assim, servidores aguardam devolutiva sobre possível participação da Comissão feita por deputados.

Entenda o caso

Toda a movimentação dos servidores começou depois que a Cassems realizou assembleia no dia 27 de julho. Ocasião contou com 700 servidores que votaram pelas mudanças no plano de saúde. Porém, uma das alegações dos manifestantes é que a quantidade de pessoas presentes no dia não representaria nem 1% do total porque são 87 mil titulares.

Assim, uma outra servidora acredita que a maioria dos 700 representantes presentes na última assembleia eram sindicalizados. 

Dessa forma, a categoria diz que a votação para reajuste deveria ser feita de forma clara. “Teve vários meios para reajuste a favor do servidor, pelo aplicativo da Cassems, por lista. Não há como saber se os votantes são ativos. Não é um serviço de qualidade para mudar agora”. A intenção é, principalmente, anular as decisões da última reunião.

Além disso, servidores também pediam abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar déficit de R$ 17 milhões da Cassems, que poderia influenciar na maior cobrança do convênio.

Os servidores querem anular medidas que encareceram a mensalidade, como a contribuição fixa de R$ 45, limitada a R$ 180 por família, sobre tratamentos odontológicos e de outras terapias em que seja necessário o uso de materiais de OPME (Órtese, Prótese e Materiais Especiais).

Em conversa com a reportagem na última segunda-feira, Ricardo Ayache, presidente da Cassems, defendeu que a assembleia da quinta-feira foi realizada com ampla convocação e divulgação.

“Houve uma maioria absoluta que aprovou a mudança de contribuição. Existem grupos de Whatsapp as pessoas estão se movimentando, mas nós já nos reunimos com representantes dos grupos na sexta-feira (28) e mostrou com mais detalhes ainda todo o cenário, a importância na mudança de modelo que traz benefícios, como a extinção da cobrança de fatores participativos de materiais cirúrgicos, por exemplo, que são muito caros”.

Servidores estaduais chegaram a se concentrar na Assembleia Legislativa de MS no último dia 3 de agosto. Ao Jornal Midiamax, servidores alegam que o reajuste dos valores é desproporcional ao salário recebido e ao serviço prestado pelo convênio, considerado precário.

CPI da Cassems

Ricardo Ayache esteve reunido na última semana com os deputados estaduais na presidência da Alems e negou déficit de R$ 17 milhões na empresa, que atua como plano de saúde dos servidores públicos estaduais.

Ao deixar a reunião, que teve mais de duas horas de duração, Ayache disse que foi registrada uma carga enorme na saúde, com aumento nas despesas assistenciais. “Na reunião de hoje tiramos qualquer mal entendido. E podemos caminhar para essa comissão propostas para aprofundar esse debate”.

Presidente da Casa de Leis, Gerson Claro (PP) disse que formará um grupo junto com a Cassems e o governo do Estado para discutir a possibilidade de redução ou contribuição. “Para que a gente possa atender a necessidade temporária da Cassems. Nosso debate vai se manter com responsabilidade. Sem palanque político ou lacração para as redes sociais”, disse.

Claro também afirmou que acredita que os deputados não devam assinar o pedido de abertura da CPI da Cassems. “Acredito que não vai ter. Não tem elementos, fato concreto que possa justificar a abertura da CPI. A Alems cumpre seu papel fiscalizatório, mas não entra na onda da politicagem”, finalizou.