Se assim como eu você também costuma solicitar corrida por aplicativo em Campo Grande, certamente já se perguntou se pode ou não sentar no banco da frente do carro. Quando a turma para ser transportada é grande, a dúvida é ainda maior: quatro passageiros por corrida estão autorizados ou não?

Com a chegada da covid-19, no início de 2020, as plataformas mais utilizadas na Capital (Uber, 99 Pop e Indrive) baixaram portaria proibindo o uso do banco ao lado do motorista, medida tomada para conter as contaminações no novo coronavírus.

Em meados de 2022, com a pandemia já sob controle, as empresas emitiram novo comunicado retirando a proibição, portanto, deixando livre o espaço da frente.

O que dizem as empresas?

Com a queda da medida sanitária válida para as corridas de aplicativo, a maioria entendeu que autorizar ou não a utilização do banco da frente ficaria a critério de cada motorista. Oficialmente, o Jornal Midiamax questionou a Uber, 99 Pop e a Indrive sobre qual a determinação das empresas sobre o tema, mas nenhuma se posicionou a respeito.

No aplicativo da Uber, ícone na tela informa sobre limite de quatro pessoas por corrida de automóvel e uma pessoa em corrida de moto. Nas diretrizes do aplicativo, permanece autorização de até quatro pessoas por corrida comum. “O UberX pode levar no máximo 4 pessoas. Para um número maior de pessoas, de até 6 usuários, use o UberXL ou o Uber SUV”, informa regramento. 

Em setembro de 2022, publicação da 99 Pop nas redes sociais informou sobre a suspensão definitiva do uso da vaga ao lado do motorista. “Lotação máxima três passageiros”, diz anúncio postado. 

Respondendo à reclamação de usuários, a empresa justificou. “Entendemos que ocupando apenas o banco de trás do veículo a viagem será mais segura e confortável para os passageiros e para o motorista”, finalizou.

Como pensam motoristas

Entre os motoristas, aqueles que detêm o poder de autorizar a entrada do quarto passageiro, a questão é praticamente um consenso: o costume adotado na pandemia deve ser mantido e passageiros só na parte de trás.

“A plataforma não obriga nada, apenas mandaram um aviso no ano passado dizendo que o banco da frente estava liberado. Vai do entendimento de cada motorista autorizar o uso ou não”, explica o presidente do Sindimob-MS (Sindicato dos Motoristas de Aplicativo e Mobilidade Urbana), Diego Raulino.

Segundo ele, por uma questão de segurança, a maioria dos trabalhadores ainda entende ser melhor o embarque apenas na parte traseira, seja por precaução ainda com a covid-19 ou até questões pessoais. 

“Ainda estamos em pandemia e é mais seguro levar somente no banco de trás, mas tem gente que não leva até por causa da esposa ciumenta”, acrescenta.

Motorista há 4 anos, Fuad Salamene afirma que decidiu adotar o novo método de corrida. Além dos cuidados sanitários com pandemia que ainda não acabou, ele cita privacidade e gastos com manutenção como principais justificativas. 

“Levando quatro passageiros o desgaste com o carro é maior porque gasta-se mais gasolina, amortecedor, pneu. São coisas que o cliente não sente porque ele divide o valor da corrida em quatro partes”, comenta. 

Apesar disso, como tudo na vida, Fuad afirma que, no fim das contas, toda regra tem sua exceção e o bom senso sempre prevalece.

“Todo motorista tem seu meio-termo e a gente autoriza quando percebe que os passageiros são de família muito grande ou de baixa renda. É diferente do que acontece em saída de balada, quando o pessoal está bêbado e quer entrar de quatro e até cinco pessoas no carro”, pontua.

O combinado não sai caro

Se de um lado empresas não se posicionaram oficialmente sobre o tema e de outro motoristas se dividem sobre autorizar ou não o uso da vaga dianteira, a recomendação é sempre se antecipar e definir tudo antes do embarque, afinal, o combinado não sai caro. 

“Os aplicativos são a opção do cliente conversar com o motorista antes do início da corrida. A gente sempre recomenda que exista esse diálogo e o passageiro diga que precisa embarcar quatro pessoas. Assim, o motorista já fica ciente e aceita qualquer eventual desacordo”, finaliza Fuad.