Deu a louca no clima: vento, nuvem de poeira, frio e calor marcaram ‘reta final’ dos últimos anos

‘Ciclo do tempo louco’ passa por um elemento fundamental todo ano e vem criando um padrão de clima

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Clima de MS resumido em uma imagem (Arquivo, Jornal Midiamax)

Quem está sofrendo com o clima quente que prevalece em Mato Grosso do Sul há semanas vive um ciclo climático no melhor estilo ‘Multiverso da Loucura’, que tem se tornado um padrão pela imprevisibilidade no segundo semestre, todos os anos.

Se em 2023 o clima bate recordes com as altas temperaturas, no ano passado, esta época foi marcada pelo frio extremo, que registrou números históricos. O frio chegou com tudo e, em questão de horas, derrubou as temperaturas no Estado, entre final de outubro e começo de novembro.

Por volta das 5h, Campo Grande registrou 9,8°C e o clima já era o menor deste 1973, segundo afirmação da meteorologia, na época. Além da baixa temperatura da Capital, Iguatemi registrou 10,4°C; Amambai, 9,3°C; Caarapó, 9,4°C; Dourados, 9,3°C; e Sete Quedas, 8,7°C.

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Frio (Foto: Marcos Ermínio, Jornal Midiamax, arquivo)

Frio em novembro?

De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), no Brasil, o mês de novembro se caracteriza por temperaturas médias entre 18°C e 26°C no Centro-sul do País.

No entanto, em 2022, a chegada de uma massa de ar frio e intensa pelo Sul e seu avanço para a área central do Brasil, no início do mês, causou queda das temperaturas, geada e registro de neve no Planalto de Santa Catarina.

Além de dias chuvosos em novembro, a massa de ar frio também foi responsável por desvios negativos de temperatura na maioria dos Estados, com valores de até 3°C abaixo da média, principalmente, em áreas do Leste do País.

Nuvem de Poeira

Além do frio, há exatamente dois anos, em 2021, Campo Grande era surpreendida com o dia virando noite e uma nuvem de poeira ‘engolindo’ a cidade, um verdadeiro caos instaurado.

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Céu de Campo Grande foi tomado por nuvem de poeira (Arquivo, Jornal Midiamax)

A nuvem que fez a cidade escurecer no meio da tarde veio acompanhada de ventos que atingiram os 100 km/h enquanto pessoas faziam coisas do cotidiano, como ir ao mercado, passear no Centro e até se casando.

A primeira lembrança que vem à mente, depois dos momentos de terror, é a da imagem de dona Yolanda Selseque, de 85 anos, arrastada pelo vendaval no Camelódromo.

Estragos

Dias sem energia elétrica, casas destruídas e mais de 150 árvores derrubadas pela força da natureza. A visibilidade na tarde daquela sexta-feira ficou reduzida para apenas 800 metros enquanto a tempestade de areia passou.

O poder público agiu e 460 servidores foram convocados para atender a população. Além disso, mais de 60 caminhões também ajudaram a reparar os danos e permitir com que todos voltassem às suas rotinas.

Onda de Calor

No entanto, o ‘ciclo do tempo louco’ passa por um ou mais elementos fundamentais todo ano. Se em 2021, os protagonistas foram o vento e a terra e em 2022 a água, 2023 quase pegou fogo. As temperaturas no Estado chegaram até 43°C, em Porto Murtinho.

Na segunda-feira, 25 de setembro, Três Lagoas, no extremo leste do Estado, também alcançou 42°C, assim como Água Clara e Paranaíba. Será que o ciclo dos quatro elementos se encerrou em 2023 ou 2024 ainda guarda algum fenômeno climático?

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