Um grupo de mães que representa mais de 40 famílias deve ir às ruas de Ivinhema, cidade distante 228 quilômetros de Campo Grande nesta segunda-feira (21). O manifesto inicial está marcado para começar às 12h30 em frente ao Fórum.

O protesto é organizado por moradores de Ivinhema e também de Angélica e acontece em decorrência de uma decisão judicial que deixou crianças autistas sem atendimentos terapêuticos há mais de um mês.

“Queremos nossos direitos garantidos e precisamos que essa decisão que cancelou o atendimento de nossas crianças seja revogada”, explica uma mãe de criança que teve o atendimento suspenso, em conversa com a reportagem do Jornal Midiamax.

“O plano médico dessas famílias, de repente, sem justificativa nenhuma, decidiu descredenciar uma clínica que já acompanhava essas crianças que estavam em tratamento há mais de dois anos e direcionar para uma outra que não tem estrutura e nem profissionais qualificados para dar continuidade ao acompanhamento que já feito”, explica a advogada Michele Pereira da Silva.

Quadros de crises e automutilação

A advogada também explica que as crianças já apresentam quadros de crises e algumas delas estão se automutilando, se mordendo e se machucando porque não estão conseguindo dar continuidade ao tratamento.

“As crianças autistas têm grandes dificuldades de relacionamento e já criaram vínculos terapêuticos com esses profissionais com quem elas fazem os tratamentos. Essa ruptura brusca pode causar danos irreversíveis a esses pacientes”, justifica Michele.

“No caso em comento, não há elementos que evidenciem que a clínica para a qual os requerentes foram redirecionados não encontra-se apta a prestar o atendimento necessário”, justifica o magistrado da comarca de Ivinhema, ao indeferir pedido de tutela antecipada.