Chuva atinge 68% do esperado para janeiro e deixa Campo Grande em meio ao caos
Capital registrou 159 mm em 12h e teve avenidas alagadas, crateras abertas e carros ilhados
Mariane Chianezi –
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Um dilúvio atingiu Campo Grande nesta quarta-feira (4) deixando ruas submergidas, córregos transbordados e um verdadeiro caos na cidade diante de tamanho acumulado de chuva. Conforme o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), até às 14h, o acumulado de chuva na Capital já ultrapassava os 159 milímetros.
Vinicius Sperling, do Cemtec-MS, disse que, em avaliações climáticas anteriores, a meteorologia já previa um intenso volume de chuva para Campo Grande. Porém, chuva registrada nesta quarta-feira (4) surpreendeu.
“Na previsão que enviamos segunda-feira era bem claro os altos acumulados de chuva na quarta-feira. Informamos algo acima de 50 mm/24 horas, mas Campo Grande foi fora do padrão”, disse. Segundo o meteorologista, o avanço da frente fria junto ao fluxo de umidade formou a combinação para o alto acumulado de chuva.
A chuva esperada para janeiro todo é, historicamente, 231 mm, segundo o Cemtec-MS. Em apenas 12h choveu 68% do esperado. A previsão indica que ainda deverá ocorrer mais chuvas torrenciais na Capital até o fim de semana.
De avenidas alagadas a carros ilhados
Com a intensa chuva, o Lago do Amor transbordou e a passarela entre o guard rail e o lago não suportou o alto volume de água e cedeu. O trecho entre as duas rotatórias está interditado pela água. Condutores estão evitando passar no local para não causar prejuízo.
Na região central, carros que estavam estacionados no trecho da Rua 14 de Julho com a Belizário Lima, região central de Campo Grande, foram arrastados pela enxurrada.
Na avenida Julio de Castilho, o volume de água causou o alagamento do estacionamento dos comércios da região. A enxurrada foi registrada nos dois sentidos da avenida, tanto para quem seguia para o Centro ou bairro.
O córrego Anhanduí, que passa pela Avenida Ernesto Geisel, transbordou e invadiu a via. Os veículos que passavam pelo local precisaram fugir da enxurrada.
No cruzamento da Ernesto com a Rua Jequitibá, no Bairro Cabreúva, algo bloqueou o fluxo da água debaixo da ponte, o que fez o córrego transbordar. Com isso, a água invadiu a rua e aumentou o nível da água minuto a minuto.
Um motorista foi resgatado de dentro do veículo na Rua Prof. Luís Alexandre de Oliveira, continuação da Avenida Nelly Martins. O alagamento tomou conta da avenida após o córrego Sóter transbordar e chegou até as mediações da Avenida Afonso Pena. Imagens mostram como ficou a região com a intensa chuva.
No Jardim Bonança, a força da chuva destruiu muro e arrastou por cerca de 600 metros a piscina de uma casa do bairro. Imagens feitas no local mostram a área externa da residência, que fica na região da Avenida Lúdio Martins Coelho. Depois de um córrego da região transbordar, todo o muro dos fundos foi levado pela força da água e apenas sinais da estrutura permaneceram.
No mesmo bairro, os moradores ficaram ilhados. “Quando chove muito assim sempre alaga, mas hoje foi muita água mesmo. Ficamos assustados pela quantidade”, comentou moradora.
No Los Angeles, especialmente na rua Afonso Celso, veículos baixos precisam ‘navegar’ para passar pelo local. Segundo um morador da região, um carro já até estragou no local por causa da água e não consegue mais sair. Além disso, situação se repete sempre que chove na cidade.
Bairros sem asfalto são castigados
Com a intensa chuva, os bairros sem asfalto foram os mais castigados. Regiões da Capital sem malha nas ruas ficaram tomadas por lamaçal. Em rua na Chácara dos Poderes, morador que reside no local desde 1996 contou o drama da população da região com a intensa chuva. “Todos ilhados. Infelizmente problemas constantes em época de chuva”, disse.
Na Rua Maria Contti, no Jardim Moóca, a rua ‘virou um rio’ e os moradores reclamaram da falta de infraestrutura. “No meu bairro abriram um ‘buracão’ para captar água do bairro, esse mesmo buraco foi feito na rua principal onde passa carro e é linha de ônibus, recentemente fizeram um asfalto e piorou a situação desse buracão”, afirmou.
Em outro ponto da cidade, na Rua Lourenço da Veiga, no bairro Nova Lima, os moradores falam em descaso das autoridades. “Só o lamaçal aqui. Isso na verdade não é nem descaso, é desprezo com os moradores”, disse leitor.
Na rua Silvio Ayala Silveira, no Jardim Carioca, os moradores relatam que estão sem condições de sair de casa. A chuva causou verdadeiro lamaçal em ruas do Vivendas do Parque, São Conrado, Nova Campo Grande e Noroeste também foram prejudicados com a chuva.
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