Fiscalização do TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul) nas 33 unidades básicas de saúde de Campo Grande encontrou à primeira vista um problema na armazenagem dos remédios nos locais – alguns, inclusive, guardados no chão.

“O que a gente pode ver, de maneira superficial, foi essa questão do armazenamento. Quando vir as informações a gente vai fazer um aprofundamento e vai buscar, por exemplo, a questão do desabastecimento, que é que uma questão que está sendo muito noticiada. Nós estamos de olho nessa questão”, disse o chefe da Divisão de Fiscalização da Saúde, Haroldo Oliveira Souza.

Segundo Haroldo, os auditores ainda estão preparando o relatório com as informações coletadas durante a fiscalização. A ação do TCE aconteceu na quarta-feira (31) e analisou as instalações, equipamentos, recursos humanos, exames, medicamentos e insumos, imunização entre outros, com registro fotográfico dos achados.

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Haroldo Oliveira Souza (Foto: Divulgação/TCE-MS)

“O que a gente tem de certeza é que existem problemas na saúde em todas as esferas. Isso a gente vê no dia a dia, a gente percebe quando precisa de algum serviço de saúde pública”, avaliou Haroldo, ressaltado que a ideia é passar por todas as esferas da prestação de serviços de saúde.

“Vemos os hospitais de grande porte estressados com uma alta demanda. Então, por que isso acontece? São vários motivos, um dos quais pode ser alguma deficiência na atenção primária”, explicou.

Assim que o documento ficar pronto será enviado para os gestores – neste caso, a Prefeitura de Campo Grande.

Os auditores percorreram UBSs (Unidade Básica de Saúde) e USFs (Unidade de Saúde da Família), que foram escolhidas por serem unidades grandes e localizadas em bairros populosos de Campo Grande.

TCE quer entender gargalos da saúde pública

O modelo de fiscalização em unidades de saúde aplicado hoje em Campo Grande é inédito e está sendo testado. O chefe da divisão da saúde do TCE-MS, Haroldo Oliveira Souza, explica que, caso dê certo, há possibilidade de expandir para os municípios do interior.

Apesar de ser uma fiscalização, a Sesau foi informada que as visitas nas unidades de saúde aconteceriam nesta quarta-feira (31). Entre as análises que serão feitas, Haroldo destaca que tem consciência de alguns problemas como a falta de medicamentos, relatada por prefeituras de Campo Grande e do interior.

Ação na saúde acontece após fiscalização nas escolas

Em abril deste ano, auditores do TCE-MS percorreram escolas de Mato Grosso do Sul, em ação parecida com a que agora acontece na saúde. A auditoria faz parte de uma fiscalização nacional e que, em Mato Grosso do Sul, apurou irregularidades em unidades escolares que atendem mais de 4 mil alunos.

Conforme já noticiado pelo Midiamax, 75% das escolas municipais em Mato Grosso do Sul que foram alvos da auditoria não tinham vistoria dos bombeiros e inadequações foram constatadas em 66,67% das unidades visitadas. O relatório final da “Operação Educação” foi apresentado no fim de abril.

O documento também apontou que todas as escolas não tinham hidrantes e que problemas foram constatados em 88,89% dos banheiros. Também foram encontradas rachaduras, infiltrações, falta de materiais de higiene e mofo, além de outros problemas.