Encerrando o ensino fundamental, uma aluna da Escola Municipal Oito de Dezembro, na zona rural de Campo Grande, deu início a um projeto que envolve toda a comunidade e vai se estender ao longo de muitos anos. Primeiro, incomodada com dejetos da própria fazenda e escola, fez inúmeras pesquisas até que decidiu por desenvolver um biodigestor e acionou os colegas e professores para essa missão. Já no segundo protótipo caseiro, descobriram que o experimento produz o gás natural biometano e o butano, que é o famoso gás de cozinha.

O projeto fica na Fazenda Girassol, localizada entre Nova Alvorada do Sul e Anhanduí. “O biodigestor usa os dejetos, como as fezes dos animais, entre eles das vacas e porcos. E aí fizemos a horta também e conseguimos produzir o gás butano e levamos os alunos para fazerem o cozimento dos alimentos. Nesta semana mesmo pegamos a câmara e colocamos no botijão para fazer o segundo teste com o gás. E, enquanto isto, o chorume vai para horta e aduba a terra, portanto, temos a produtividade junto com o biodigestor, que é sustentável e natural sem nenhum fertilizante químico”, disse a supervisora Fátima Silvano.

Alunos participando do projeto e a horta escolar. (Reprodução, Redes Sociais)

Conforme a supervisora escolar, a estudante Eduarda Rezende da Silva mora na fazenda e queria uma resposta para os dejetos produzidos lá e também na escola, de forma que não mais poluíssem o solo. Assim, foi pesquisando até ter a ideia de construir o biodigestor. Além dela, Gustavo Boaventura Fernandes de Oliveira, Vitória Fátima Evangelista Santos e Adrielly Bordovicz Nobre se envolveram em toda a criação.

“E assim aconteceu e aí todos os alunos da escola foram envolvidos, tanto do matutino quanto do vespertino. Como disse antes, já fizemos o primeiro teste e agora pretendemos trabalhar em larga escala e buscar parcerias, para termos um biodigestor industrial que vai atender a escola com o gás butano, o biofertilizante e causar um impacto social não só aqui, mas, também no assentamento Três Corações, que fica próximo, a cerca de 10 km”, argumentou.

Novo comportamento: a busca pelo consumo sustentável

Estudante da Escola Municipal Oito de Dezembro, na zona rural de Campo Grande. (Reprodução, Redes Sociais)

Há cerca de um mês, a escola também observou um novo comportamento: a busca pelo consumo sustentável. “Agora, pretendemos expandir ainda mais este conhecimento e já criamos o GESPPS [Grupo Escolar de Estudos, Pesquisas e Práticas Sustentáveis], que é justamente para começar a ter um olhar para o todo, para que tenhamos as questões sociais, ambientais e, principalmente, a sustentabilidade, sempre em pauta aqui. Este projeto, se Deus quiser, é só o começo de algo muito maior, de pesquisa, de currículo e extensão do que vamos produzir aqui”, disse a supervisora.

Este projeto está inscrito no prêmio Controlador Jovem 2023, que é uma parceria da Semed (Secretaria Municipal de Educação e a CGM (Controladoria-Geral do Município), estimulando ações que contribuam para a disseminação de conhecimentos práticos de participação e controle social da educação básica, envolvendo toda a comunidade.

Veja aqui como funciona o projeto:

Inseridos no Projeto Controlador Jovem – 2023, os alunos também passaram a filmar e se divertir desde o momento em que construíam o biodigestor até enquanto plantavam sementes na horta da escola – a qual inclusive estava “adormecida”. Da Oito de Dezembro, o projeto também se estendeu para a Extensão Profª Onira Santos Rosa, contribuindo para um futuro mais verde e sustentável.

Mais um detalhe bacana é que os alunos usam as redes sociais para divulgar os feitos e, inclusive, mostrarem outros talentos, dançando “a la Bruno Mars” e mostrando a rotina do projeto. Da escola, as mentes criativas agora ganham o mundo!

Confira a dancinha dos alunos:

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