Uso indiscriminado de antibióticos tem influenciado no tratamento de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) em pacientes de , conforme apontamento do CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento). Com bactérias mais resistentes, a medicação tem sido insuficiente para combater algumas doenças, tudo isso, resultado da adaptação do organismo aos efeitos dos remédios.

e coordenador do CTA, Roberto Braz afirma que aumentou o número de casos em que pacientes precisam de tratamentos alternativos para infecções por bactérias como, por exemplo, a gonorreia.

“Isso é preocupante porque o paciente chega com o organismo acostumado aos antibióticos. Antes, a medicação era via oral, mas isso foi atualizado para tratamento injetável, que tem um antibiótico mais potente para controlar a infecção. Mesmo assim, algumas cepas ainda são resistentes”, explica.

O resultado são tratamentos mais prolongados, que incluem pedido de exames para identificar a melhor maneira e medicamento para tratar a infecção.

Vivendo com HIV em MS

Em Mato Grosso do Sul, 12.963 pessoas vivem com HIV, índice alto que representa 19,8% do total de 65.210 diagnósticos do País. A maioria, 8.239, homens, enquanto 4.722 mulheres tiveram diagnóstico positivo.

Já a sífilis, segunda IST mais detectada, tem 20.362 casos confirmados entre 2010 e 2021. Na sequência, aparecem A com 3.877 diagnósticos, hepatite B com 3.544 e o tipo C com 1.824. “No dia a dia a gente percebe que os casos de sífilis vêm aumentando exponencialmente enquanto os de HIV se mantém”, pontua Roberto.

Na pandemia, as testagens e diagnósticos tiveram queda de cerca de 50%, deixando dados de conferências desatualizados com a realidade. “As pessoas saíam menos e não iam fazer os exames. Acreditamos que essa procura deve aumentar a partir de agora”, esclarece.

Com atendimento por livre demanda, o CTA realiza testagem para detecção de HIV, sífilis, além de hepatite B e C. Em casos positivos, o paciente recebe orientações e já inicia o tratamento.

“O diagnóstico precoce é importante porque o tratamento já começa de imediato e a doença não evolui e não provoca sequelas graves. É preciso ter uma rotina de testagem”, explica Roberto Braz.

De acordo com o especialista, outro grande desafio para o setor da saúde é quebrar o estigma de que infecções sexualmente transmissíveis são risco apenas para determinados grupos. “A gente precisa trabalhar muito isso na sociedade porque existe um estigma que faz com que pensem no HIV apenas para um grupo de risco. Qualquer pessoa que tenha relação sexual está no grupo de risco”, finaliza.

O CTA fica na Rua Anhanduí, 353, na Cila Carvalho, o atendimento é das 7h às 16h, sem intervalo para almoço.