Sem celular, dono de Fusca Transformer destruído por incêndio perdeu doações e conta com solidariedade
Após criar vaquinha, ele recebia ligações e não conseguia ser ouvido
Danielle Errobidarte –
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O celular utilizado por Celso Ramos Aristimunha, de 63 anos – criador do ‘Fusca Transformer’ – quebrou logo após o incêndio ocorrido em sua residência no início do mês. Sem conseguir atender às ligações, ele precisou usar o dinheiro que recebeu das doações – que inicialmente iriam para a compra de remédios da sobrinha, que possui deficiência – para comprar um novo aparelho na noite de ontem (14).
“Eu atendia e a pessoa não me escutava. Depois que criaram a vaquinha começaram a me ligar, porque ali tinha meu Pix, perguntando se não era golpe e pra confirmarem que o celular era meu. Como eu não conseguia falar, a pessoa desligava”, explica Celso. A ajuda foi iniciativa de um grupo de voluntários, e já arrecadou mais de R$ 5 mil.
A meta para reconstrução da casa é de R$ 165 mil. Isso porque todos os cômodos da casa onde sua irmã morava com a sobrinha foram queimados. As caixas de remédio usados pela garota, também. Os R$ 800 pagos no celular seriam usados para bancar mais um mês de tratamento dela. A família gasta em torno de R$ 500 a R$ 600 mensalmente com medicamentos.
“De tudo o que eu perdi, o celular era o que mais me preocupou, porque eu sabia que era por ele que eu ia receber as doações. Eu tenho que prestar conta pro público, porque são as pessoas que me ajudam”, relata Celso. O aparelho começou a apresentar problemas logo após o incêndio, mas desde ontem (14), Celson não consegue mais utilizá-lo.
A sobrinha e a irmã permanecem morando na residência de familiares. Enquanto isso, Celso tenta limpar o terreno e guardar o que sobrou após o incêndio, para reconstruir o imóvel. Desde o último dia 7, ele está dormindo em um colchão improvisado nos fundos da casa.
O colchão também foi conseguido por meio de doações, e ele recebeu ao todo três, um para cada morador da casa. Quando a equipe do Jornal Midiamax chegou à residência, na manhã desta sexta-feira (15), ele estava soldando umas peças metálicas que ainda serão aproveitadas.
Celso explica que um arquiteto entrou em contato com ele para ajudá-lo a reconstruir a casa, mas o valor da obra será retirado integralmente da ‘vaquinha’. Agora, ele espera conseguir limpar um pouco mais dos entulhos, para que uma patrola destrua a estrutura do imóvel, que está condenada.
“Dessa vez com o celular novo eu vou poder atender 24 horas quem quiser me ajudar. Quem tentou me ligar eu peço que retorne, e peço desculpa por não ter atendido. Eu já recebi bastante ajuda, me doaram os colchões, quatro sacolões e roupas”, agradece.
Incêndio na casa do ‘Fusca Transformer’
A casa onde Celso morava com a irmã e a sobrinha foi destruída por um incêndio na noite de quarta-feira (6). Os cinco cômodos foram tomados pelas chamas, exceto a edícula dos fundos, onde Celso costuma dormir, que fica afastada da casa. A irmã precisou de atendimento médico e foi levada pelo Corpo de Bombeiros até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leblon por ter inalado grande quantidade de fumaça. Os vizinhos tentaram ajudar na contenção das chamas, mas Celso acredita que o colchão aumentou a propagação do fogo, e a árvore de natal já estava velha.
Celso dormia dentro do fusca quando, por volta das 20h30, escutou a irmã e a sobrinha gritando por ajuda. Ele acredita que as chamas tenham começado na árvore de natal, que tinha pisca-pisca e a sobrinha utilizava para se acalmar na hora de dormir. A irmã já estava em seu quarto, e as chamas rapidamente atingiram o colchão, que ficava ao lado da cama da sobrinha e Celso costumava dormir.
“O fusca foi criado para ela, há nove anos, para eu tentar ajudar no tratamento e conseguir dinheiro. No dia anterior eu saí com ele de manhã e ele quebrou próximo à Avenida das Bandeiras, mas só consegui rebocar à noite”, explica. O carro não foi atingido. Após socorrer a família, o Fusca Transformer foi a primeira e única coisa que ele conseguiu retirar da residência.
“A porta da frente estava trancada, quando elas gritaram eu tentei entrar, mas [o cômodo] já estava tomado de fumaça. Arrombei a porta e as chamas foram pegando na parede, que é de madeira e plástico, e só consegui empurrar o fusca para fora”, explica.
‘Vakinha’ para solidariedade
Uma vaquinha está arrecadando fundos para poder reconstruir a residência e ajudar Celso, a irmã e a sobrinha, que tem deficiência mental, a se reerguerem, já as chamas consumiram tudo que estava na casa. A família precisa comprar, principalmente, os medicamentos usados diariamente pela sobrinha de Celso.
Para ajudar, basta clicar neste link para acessar a vaquinha. Também é possível ajudar com outras doações, como roupas, alimentos e materiais de construção. Para isso, entre em contato com o número (67) 99962-7218.
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