Há nove anos com o ‘Fusca Transformer', conhecido em , Celso Ramos Aristimunha, de 63 anos, acabava de chegar em sua residência, na Rua São Sebastião, no Bairro Taveirópolis, quando estacionou o veículo feito de sucatas catadas na rua, na garagem de casa. Minutos depois, a residência foi tomada por chamas, na noite desta quarta-feira (6), em um que atingiu os cinco cômodos da casa de madeira e plástico onde morava ele, a irmã e a sobrinha, que tem deficiência.

Sem conseguir desapegar do fusca, Celso passou a noite em claro, e até a manhã desta quinta-feira (7), quando o Jornal Midiamax esteve na residência mais uma vez, ele ainda não havia dormido. A irmã precisou de atendimento médico e foi levada pelo Corpo de Bombeiros até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leblon por ter inalado grande quantidade de fumaça.

Celso dormia dentro do fusca quando, por volta das 20h30, escutou a irmã e a sobrinha gritando por ajuda. Ele acredita que as chamas tenham começado na árvore de natal, que tinha pisca-pisca e a sobrinha utilizava para se acalmar na hora de dormir. A irmã já estava em seu quarto, e as chamas rapidamente atingiram o colchão, que ficava ao lado da cama da sobrinha e Celso costumava dormir.

Fusca foi a primeira e única coisa que Celso tirou da residência. (Foto: Henrique Arakaki – Jornal Midiamax)

“O fusca foi criado para ela, há nove anos, para eu tentar ajudar no tratamento e conseguir dinheiro. Ontem eu saí com ele de manhã e ele quebrou próximo à Avenida das Bandeiras, mas só consegui rebocar à noite”, explica. O carro não foi atingido. Após socorrer a família, o Fusca Transformer foi a primeira e única coisa que ele conseguiu retirar da residência.

“A porta da frente estava trancada, quando elas gritaram eu tentei entrar, mas [o cômodo] já estava tomado de fumaça. Arrombei a porta e as chamas foram pegando na parede, que é de madeira e plástico, e só consegui empurrar o fusca para fora”, explica.

O quarto de Celso fica em uma edícula nos fundos do imóvel incendiado. Apesar do quarto dele não ter sido atingido, ele conseguiu deixar a sobrinha aos cuidados de um familiar, mas permaneceu no terreno da família durante toda a madrugada. Os vizinhos tentaram ajudar na contenção das chamas, mas Celso acredita que o colchão aumentou a propagação do fogo, e a árvore de natal já estava velha.

“Tive que chamar os bombeiros de novo de madrugada, umas 2h, porque as chamas voltaram. Se você olhar aqui dentro, ainda tem muita fumaça saindo. Fazia dias que minha irmã tinha dito que a árvore de natal estava com problema, velha, já era para ter jogado fora”, diz Celso.

Segundo o Corpo de Bombeiros, foram utilizados 7 mil litros de água no combate. A frente da residência possuía materiais combustíveis, o que dificultou o combate às chamas, iniciado por vizinhos próximos.

A família agora pede de materiais de construção para reerguer o imóvel, além de roupas, alimentos e ajuda financeira para comprar os medicamentos da sobrinha de Celso, pois foram todos queimados. Quem tiver interesse em ajudar pode entrar em contato com ele no telefone e (67) 99962-7218.