A tempestade que atingiu Mato Grosso do Sul na última semana fez moradores ficarem sem elétrica por horas, até dias. Em , a 90 km de Campo Grande, a plantação de morangos do produtor Delmir Seifert quase foi perdida devido à elétrica por quatro dias e prejuízo estimado pode chegar a R$ 30 mil.

Conforme explicou o produtor ao Midiamax, a plantação ficou sem luz das 13h horas da quinta-feira (20) até às 18h do domingo (23). “Agora já está restabelecida, felizmente. Por pouco não perdemos nossa plantação de morangos. Temos 10 mil pés plantados. Ficamos três dias molhando pé por pé com um copo, usando a água dos tanques de peixes. Houve perda dos morangos maduros que desidratam e murcharam e também houve o abortamento de flores. Assim sendo, tivemos um prejuízo considerável com a falta de energia”, disse Delmir.

O proprietário do Morangos Melodia relata que o problema era apenas um fusível na rede elétrica que foi trocado em dois minutos. “Eu não acreditei quando vi o funcionário da retirar o fusível queimado e colocar o novo em tão pouco tempo. Pensei: ‘Meu Deus, quase 4 dias de espera por tão pouca coisa'.”, afirmou.

Os quase quatro dias sem luz vai gerar um impacto financeiro na produção. “Minha produção estimada para os próximos dois meses era colher uma tonelada de morangos. Com o acontecido isso vai cair pela metade ou mais, ou seja, um prejuízo por volta de R$ 20 a R$ 30 mil”, relata.

Agora o produtor de morangos diz que pretende contabilizar os prejuízos e buscar ressarcimento com a concessionária de energia. “Vou buscar orientação de como proceder junto a Energisa para ressarcimento, se for possível”, finaliza.

Da produção de morangos a comerciante

Rozecleia Vilha, chegou a amargar quase 48 horas sem energia elétrica no comércio da família, uma conveniência na Vila Fernanda, em Campo Grande. Moradora tem 14 protocolos de reclamação na Energisa e problema demorou para ser resolvido.

Ela disse ao Jornal Midiamax que a luz acabou na quinta-feira à noite durante a ventania e, durante as ligações pedindo por reestabelecimento na rede, recebe vários prazos para ter o serviço consertado.

“Quando eu ligo, me falam que vai levar meia hora, depois 10 minutos, depois falam em 20 minutos, 40 minutos. Não sei o que fazer”, disse a comerciante emocionada na ocasião. A conveniência temeu perder as bebidas e alimentos que ficavam nos refrigeradores.

Equipes da Energisa passaram pelo local pelo menos quatro vezes, mas relataram que a ocorrência do comércio de Roze não estava designado a eles.

“Na sexta-feira veio o carro aqui, [a equipe] olhou falou e que o problema era no poste da rua, que era só com o caminhão”, relatou.

Uma das soluções pontuais encontradas na ocasião foi pegar energia emprestada do vizinho por meio de uma extensão, mas ela reclama que não deveria ser esse o atendimento prestado pela concessionária. “Pago mais de R$ 1 mil de conta todo o mês para estar passando por isso”, disse.

No sábado (22) a Energisa disse que continuava com as ações para reestabelecer a energia e que equipe estaria se deslocando ao comércio de Roze para solucionar o problema.

“A Energisa reforça que continua com o Plano de Contingência mobilizado para atender os impactos severos do temporal no estado, sanando no início as ocorrências coletivas e de maior complexidade e agora segue atendendo os casos pontuais e isolados. A Concessionária esclarece ainda que acionou uma equipe de plantão e está deslocando a mesma para o local”, diz nota.

Falta de energia e 618 mil raios

A severidade do temporal provocou estragos na rede elétrica decorrente de queda de poste e árvores, galhos e objetos lançados sobre a fiação, consequentemente, deixando residências e comércios sem luz, desde a madrugada de quinta-feira (20).

A falta de luz e danos foi registrada em Campo Grande, Aquidauana, e e Ribas do Rio Pardo e Terenos. O Netclima aponta que a velocidade dos ventos ultrapassou 90 km/h e foram registradas mais de 618 mil descargas atmosféricas em 24h.

A Energisa esclarece que o atendimento aos clientes segue por ordem de prioridade em situações que coloquem a segurança da comunidade ou a vida em risco, bem como aos hospitais e unidades de saúde, com apoio na logística para abastecimento dos geradores.