Estudo de pessoas com deficiência e desigualdades sociais no Brasil divulgado nesta quarta-feira (21), mostra que Mato Grosso do Sul tinha 193 mil pessoas com deficiência em 2019. A pesquisa revela que as pessoas com esta condição são maioria mulheres, pretas ou pardas, têm baixo nível de instrução e ocupam poucas vagas no mercado de trabalho.

Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e contabilizou pessoas a partir dos 2 anos. No Estado, os PCDs (Pessoas com Deficiência) representam 7,3% da população e a condição afeta principalmente as pessoas idosas, sendo que 23,5% dos PCDs têm mais de 60 anos.

Além disso, a maioria das pessoas com deficiência (63,7%) são mulheres e pretas ou pardas (58,5%). Esse grupo de pessoas também tem baixo nível de instrução, sendo que 24,8% são analfabetos. Este percentual entre o restante da população é de 3,8%.

Do total de PCDs, 69,8% não tinham instrução ou possuíam o nível fundamental incompleto, 15,4% tinham o fundamental completo e médio incompleto, 9,3% tinham o médio completo e o superior incompleto, 5,5% tinham o ensino superior completo.

Por fim, a pesquisa do IBGE mostra que em Mato Grosso do Sul, as pessoas com deficiência representaram 9,4% (185 mil) da população em idade de trabalhar e o percentual de PCDs ocupados é de 4%.

Condições municipais para os PCDs

O IBGE avaliou ainda as condições oferecidas por cada município de Mato Grosso do Sul para que as pessoas com deficiência estejam melhor inseridas na sociedade. Dessa forma, 72 dos 79 municípios tinham legislação sobre adaptação de espaços públicos para facilitar a acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Apenas seis tinham lei que tratasse de passe livre em coletivos.

Dos 79 municípios de MS, 50 tinham registrada alguma política ou programa de promoção dos direitos da pessoa com deficiência. E 43 municípios possuíam políticas ligadas à melhoria da acessibilidade a espaços públicos, 20 tratavam da melhoria de acesso aos transportes públicos, 26 ligadas à distribuição de próteses e órteses, 24 de geração de trabalho e renda ou de inclusão no mercado de trabalho, 47 de inclusões no ambiente escolar, 32 de prevenção a discriminação da pessoa com deficiência. Na outra ponta, apenas seis tinham incentivo ao turismo acessível e 11 à acessibilidade digital.