Pouca ou nenhuma visibilidade do palco e um verdadeiro caminho cheio de obstáculos até o espaço reservado para cadeirantes foram registrados nos da Expogrande deste ano, montado, excecionalmente, no Shopping Bosque dos Ipês, em . PcDs (Pessoas com Deficiência) apontaram várias falhas na estrutura organizada.

A agenda de eventos encerrou no último sábado (30), ainda sim, a organização para o público com determinada limitação frustrou quem foi ao evento para se divertir. É o caso de Mateus Dias de Oliveira Gomes, de 18 anos, que não conseguiu — sequer, segundo ele — avistar o palco no show do cantor Luan Santana.

“Nenhum cadeirante que estava ali conseguia ver os cantores. Temos que ter uma área especial para que possamos assistir ao show sem ter problemas, sem ter muitas pessoas na frente. Fiquei muito triste, eu e os meus amigos não conseguimos ver o show todo”.

Outro cadeirante, que preferiu o anonimato, desabafou sobre a situação em que várias pessoas ficaram na sua frente. No trajeto até o espaço reservado para PcD, não haviam rampas, como mostrado nas imagens enviadas por ele. Nesse local havia cerca de oito pessoas.

“Já fui em outros eventos da Dut's, não tinha tido esse problema ainda, como no show do Henrique & Juliano, o espaço estava em frente ao palco. Mas no show do Luan não consegui ver nada. Colocaram a gente atrás da área Vip. É uma questão de lógica, pessoas em pé na frente de um cadeirante vão ficar na nossa frente e atrapalhar a visibilidade”, disse.

Para evitar mais aborrecimento, ele preferiu vender o ingresso do próximo show. “Quem foi no Thiaguinho me disse que tinham mudado o espaço, deixando melhor, mas não quis ir mais”, lamenta.

Os desafios sem rampas de acessibilidade para os cadeirantes

cadeirantes tiveram vários obstáculos
Cadeirantes tiveram vários obstáculos. (Foto: Leitor Midiamax)

Também sem querer se identificar, a de um cadeirante, de 16 anos, conta que o show foi bom, ela sim podia ver tranquilamente o evento, mas, o filho, não. O caminho até o espaço destinado estava cheio de obstáculos, ainda que empurrasse a cadeira dele, enfrentou dificuldades.

“O show foi bom, eu e ele gostamos muito do Thiaguinho, mas o caminho até estava horrível. Não tinha banheiro próximo, então, eles tiveram que segurar o ‘xixi' bastante tempo. Eu não me arrependo de ter ido, mas quando se fala em acessibilidade, deixou a desejar. Todo deficiente tem direito de se divertir. Campo Grande tem que promover mais acessibilidade”, ressaltou.

A reportagem entrou em contato com a Dut's Entretenimento, organizadora do festival, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para um posicionamento.