Para ajudar pessoas carentes, engenheiro de MS desenvolve prótese de mão biônica de baixo custo

Prótese é impressa em 3S com fibra de carbono

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mão biônica
Mão biônica se movimenta por tensão muscular. (Foto: Divulgação)

Uma prótese de alta tecnologia importada custa, em média, R$ 539 mil, impossível e inalcançável para muitos brasileiros. Pensando na acessibilidade, o engenheiro mecânico sul-mato-grossense Thiago Lopes Quevedo desenvolveu através da impressão 3D com fibra de carbono uma mão biônica, de baixo custo.

Natural de Campo Grande, o engenheiro concluiu a graduação e iniciou projetos de soluções e produtos relacionados à modelagem, simulações e manufatura. Já no doutorado, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Thiago criou o projeto de desenvolvimento das mãos biônicas modeladas em 3D.

O projeto que nasceu como uma tese de doutorado, custeado por uma bolsa de estudo da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), teve reconhecimento destaque como proposta inovadora ao ser contemplado com a aprovação junto ao Programa Centelha, viabilizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação, a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da FUNDECT (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul).

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Leonardo voluntário para uso da mão biônica

 “A prótese de mão biônica foi idealizada para atender especialmente aqueles usuários que não teriam acesso às próteses importadas, que chegam ao país com valores muito elevados quando comparado com o poder aquisitivo da média da população brasileira. As próteses importadas costumam ser comercializadas por valores que flutuam entre U$ 50 mil a U$ 100 mil, enquanto estima-se que nossa prótese possa ser comercializada por cerca de 1% do valor praticado nas próteses mais caras, para tamanho infantil”, explica.

Como a mão biônica funciona?

A primeira fase de testes começou em maio deste ano com o voluntário Leonardo Borges Ladislau, por medição do sinal mioelétrico, técnica utilizada para reconhecer os padrões do sinal. Basicamente, o processo monitora a captação da tensão mioelétrica pela contração muscular do membro, conhecido como sinal microcontrolador. A prótese projeta um algoritmo especialmente para execução dos comandos da prótese de mão.

Nesse segundo semestre será fundamentada a fase prática, a operação da prótese por meio de testes mecânicos.  “Esse processo reacendeu meu desejo de ter uma prótese e a primeira fase foi muito positiva, já que atingimos o objetivo de testar a minha sensibilidade. Eu não tinha condições financeiras e esperança, mas agora estou muito confiante e aguardando, feliz, a próxima etapa”, destaca Leonardo.

Thiago ressalta que professores o incentivaram a dar continuidade no projeto de anos, pela possibilidade de mudar a realizada de várias pessoas que necessitam de uma prótese inteligente e de baixo custo, para assim, realizar funções cotidianas.

“Durante os testes preliminares, pudemos determinar a resistência mecânica dos dedos e da palma da mão, analisar o efeito da combinação de diferentes materiais para compor a prótese, e selecionar os elementos mecânicos e eletrônicos mais apropriados para alcançarmos o melhor desempenho do conjunto.  Como curiosidade destacamos que o

Pedro Ivo, coordenador do curso de Engenharia da Anhanguera Campo Grande, comenta a importância do curso para o desenvolvimento de tais projetos. “A engenharia está intrinsecamente ligada ao progresso da sociedade em suas diferentes esferas. É um mecanismo de inovação que permite que o teórico seja transformado em prático e, para onde olhamos, vemos a engenharia mesmo que de forma implícita. Isso é o que o curso de Engenharia da Anhanguera possibilita aos seus alunos quando fornece conteúdo que serve de ferramenta para que projetos como esse sejam desenvolvidos”.  

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