Na quarta-feira de cinzas, fiéis amanhecem na igreja para orar por vítimas da guerra na Ucrânia: ‘Queremos paz’
Pelo 7° dia consecutivo, ataques aéreos ocorreram em pontos estratégicos da Ucrânia e foguetes também atingiram parte de uma área residencial, deixando milhares de vítimas
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“Paz mundial”, “paz no mundo” e “fim dessa disputa” foram as palavras mais faladas por fiéis nesta quarta-feira (2), que amanheceram na igreja para pedir orações para as vítimas da guerra na Rússia e Ucrânia. Pelo 7° dia consecutivo, ataques aéreos ocorreram em pontos estratégicos da Ucrânia e foguetes também atingiram parte de uma área residencial, deixando milhares de vítimas.
“Nós viemos juntos orar e pedir que haja paz e o fim dessa disputa de poder. É algo fútil. Cada país tem a sua soberania e eles [Ucrânia] têm a soberania deles”, afirmou ao Jornal Midiamax o técnico de informática Júlio Carlos, de 34 anos.
A esposa dele, a publicitária Jéssica Lapas, de 29 anos, ressaltou que a imagem de um pai, se despedindo das filhas, ainda a arrepia somente de tocar no assunto e, por isso, vai reforçar pedidos de paz mundial.
A vendedora autônoma, Valdilene Moraes, de 42 anos, diz que não está nem assistindo televisão mais. “Eu prefiro vir aqui. Fazer a minha parte. Orar e pedir paz, não só pela guerra, mas pela paz no mundo todo. O fim dessa pandemia. Estamos cansados de tudo isso”, lamentou.
O representante comercial Edevaldo Marques, de 67 anos, argumentou que “anda rezando muito” e pedindo paz.
“Sem paz e saúde não temos nada. As pessoas vivem para ter dinheiro, alcançar isso, mas, sem paz não temos nada. Vi crianças sendo mortas por soldados e aquilo machuca muito. Queremos a paz mundial com urgência”, disse.
A empresária Sônia Negri, de 57 anos, também fala que foi até a novena, na igreja Perpétuo Socorro, para pedir o fim da guerra e a paz no mundo. “Rezo muito para isso”, afirmou.
Acolhida às vítimas
Antenado aos acontecimentos, o bispo auxiliar Dom Mariano Danecki ressaltou que o papa Francisco, nesta quarta-feira (2), fez novamente um apelo para a paz e que os responsáveis busquem a solução por meio do diálogo.
“Estou vendo a fraternidade de países vizinhos, daquelas vítimas que estão fugindo da guerra e estão sendo acolhidas. São cerca de 400 mil refugiados e é, neste momento, que muitas pessoas estão demonstrando solidariedade e fraternidade, dando transporte e oferecendo até as suas próprias casas para acolher estas pessoas. O caminho é sempre este, a fraternidade e o amor”, alegou Dom Mariano.
Campanha da Fraternidade 2022
A Campanha da Fraternidade 2022 está prestes a ser lançada nacionalmente e, em Campo Grande, a Arquidiocese fará uma missa de abertura no próximo domingo (6). Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (2), o arcebispo Dom Dimas Lara Barbosa comentou sobre o tema da campanha deste ano, que será a Educação, após 24 anos.
Com o tema ‘Fala com sabedoria, ensina com amor’, a educação por meio da fé é o chamariz da campanha este ano, segundo o arcebispo. A abertura da campanha em Campo Grande acontecerá em missa no Poliesportivo Dom Bosco, às 9h, com a presença dos bispos e de toda a comunidade abertura diocesana.
“A campanha da fraternidade é um produto tipicamente brasileiro. A Alemanha até tentou fazer algo igual, mas, não deu certo. E aqui, há 59 anos, temos a campanha, que leva católicos a viverem melhor a quaresma. Cada ano tem um tema e os primeiros foram bastante igrejeiros, assim podemos dizer. Depois, tivemos temas sociais e foi aí que a campanha realmente se expandiu. A maioria deles são temas de discussão nacional e relevantes, como foi a questão da saúde pública, em que 140 entidades públicas participaram recentemente”. Agora o tema é “Fala com sabedoria, ensina com amor”, em que ressaltam que a educação não é só escolarização e também com a intenção de valorizar o educador de forma geral”, disse em entrevista.
O padre Vander Casemiro disse que, na manhã desta quarta-feira (2), o Papa Francisco fez um apelo para os governantes sobre a educação, para que a campanha, de fato, seja relevante. O tema já esteve presente em 1992, 1998 e, agora, em 2022.
“Podemos dizer que teremos muitos diálogos a partir da realidade da educação do Brasil, à luz da fé. Temos muitos princípios em discussão e não só a educação no contexto escolar, mas, envolvendo a comunidade. Exemplo disso é a criação da Pastoral da Educação nas paróquias e presente nas comunidades. Em anos anteriores, criamos ainda a Pastoral da Pessoa Idosa, criando um local mais humanizado e solidário para a comunidade”, disse.
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